O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), afirmou, nesta terça-feira (18), esperar que o Governo Federal dê mais atenção às demandas apresentadas pelo Consórcio do Nordeste, equipamento de desenvolvimento social e inovação para a região fundado por governadores em 2019. Segundo Paulo, que assumiu a presidência do grupo, nos últimos anos a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) não levou em consideração as ponderações feitas.
Apesar da maioria dos governadores nordestinos estarem na oposição ao presidente, Paulo disse que o consórcio sempre buscou a administração federal.
##RECOMENDA##“Vamos manter a função representativa e federativa que o consórcio sempre colocou. Sempre teve a procura permanente do Governo Federal. Vamos continuar a contribuir com o debate nacional. Vamos esperar também que o Governo Federal dê atenção as demandas do Nordeste, nos últimos anos foram anos que não se levou em consideração demandas apresentadas”, declarou em coletiva de imprensa após a cerimônia de posse que aconteceu no Recife.
“A pandemia é o maior exemplo disso, onde prevaleceu no âmbito federal a insistência do negacionismo e tratamentos ineficazes, retardaram o avanço da vacinação, então vamos continuar a colaborar com o Brasil, mas esperamos também que haja consciência do Governo Federal de que é preciso ter um olhar federativo, onde Estado e municípios podem contribuir muito mais”, considerou o governador de Pernambuco.
Planejamento para 2022
Durante a coletiva, Paulo aproveitou para desfilar elogios ao ex-presidente do grupo, o governador do Piauí, Wellington Dias, e pontuar o planejamento do consórcio.
“Vamos ter a oportunidade agora de fazer o planejamento para o ano de 2022 e vai ser diante dos avanços dos estudos que as 15 câmaras temáticas do consórcio estão produzindo. Vamos avançar em áreas como energias renováveis, turismo, agricultura familiar, a questão do desenvolvimento social e econômico, ações referentes a cultura. Uma série de ações que vamos buscar potencializar e ter no planejamento condições de tirar muitas coisas do papel. Em 2019, tivemos condições de atração de investimentos que somaram mais de R$ 50 bilhões de ações”, detalhou Paulo.
ICMS
O governador de Pernambuco também foi questionado sobre a procura do presidente Jair Bolsonaro ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para aprovar e estabelecer um valor fixo ao ICMS.
“O projeto que a Câmara aprovou trás uma perda de receitas enormes para todos os Estados brasileiros, em Pernambuco são prejuízos de mais de R$ 600 milhões por ano. O Senado tem discutido outras ações que no nosso entender vão ao olhar de correção aos preços dos combustíveis”, frisou, pontuando a possibilidade de aprovação de um fundo de estabilização dos preços de combustíveis.
“Ano passado foram 11 aumentos suscetíveis dos combustíveis, os Estados congelaram por 90 dias do valor incidente do ICMS sobre o combustível, se mostrou que o problema não é do ICMS. Temos que discutir o que queremos para o futuro. A redução do preço dos combustíveis, mas dentro de um olhar que preserve também a autonomia federativa dos Estados e não olhe apenas para o lucro da Petrobras”, complementou.