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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou o cartão corporativo para custear parte da campanha eleitoral. A utilização inadequada pode ser caracterizada como abuso de poder, já que lhe deu vantagem na disputa. Entre agosto e novembro do ano passado, pelo menos R$ 697 mil foram gastos com motociatas, lanches, cercadinhos e hospedagens. O valor pode ser ainda maior já que o conteúdo de todas as notas fiscais não foi revelado. 

O uso irregular do cartão da Presidência começou a ser divulgado pela agência Fiquem Sabendo, através da Lei de Acesso à Informação (LAI). Conforme publicado pelo Uol, só em uma ida para Vitória da Conquista, na Bahia, Bolsonaro pagou 1.024 lanches e 512 barras de cereal, que totalizaram R$ 50 mil. O cartão também foi usado para pagar R$ 44,7 mil em três dias de hospedagem da comitiva. 

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A legislação aponta que as hospedagens e a alimentação da segurança deviam ter sido arcadas pelo partido ou coligação, sendo permitido apenas o "empréstimo" dos gastos com transporte pessoal da comitiva do candidato. Esses valores devem ser ressarcidos à União em dez dias. A agenda do ex-presidente contou com mais de 80 compromissos eleitorais, mas as contas do PL apontam a devolução de R$ 4,8 milhões referentes a transporte e deslocamento de Bolsonaro em 48 eventos.  

A distribuição de lanches, o cercadinho e a hospedagem em Teófilo Otoni, em Minas Gerais, custaram R$ 63 mil no cartão corporativo. Em Belo Horizonte, apenas uma compra no iFood foi de R$ 8.650, além de mais R$ 2 mil com cercadinho. 

Em duas idas a São Paulo, o cartão foi usado para pagar R$ 64 mil em uma visita à Assembleia de Deus, na capital, e outra no Santuário de Aparecida. Em Fortaleza, no Ceará, 566 lanches custaram R$ 20.312 mil em gastos com dinheiro público. 

De acordo com funcionários, o homem se identifica como eleitor do presidente Jair Bolsonaro (Pillar Pedreira/Agência Senado)

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Um funcionário da Caixa Econômica Federal foi acusado de proferir ameaças de conotação política contra colegas de trabalho. Segundo relatos de testemunhas, a atitude teria ocorrido na última quinta-feira (27), em um dos setores do edifício-sede do banco em Pernambuco, localizado no bairro de Santo Amaro, no Centro do Recife. 

Em entrevista ao LeiaJá, uma funcionária que preferiu não se identificar informou que, no ambiente de trabalho, o homem se identifica como eleitor do presidente Jair Bolsonaro. "Antes do ocorrido, o Sindicato dos Bancários tinha realizado uma visita no setor dele, para entregar panfletos de um jornal periódico que é produzido. Depois dessa visita, ele ficou meio alterado", relata.

De acordo com a denunciante, ele teria dito as seguintes palavras no refeitório do edifício-sede: “Vocês vejam o que vão fazer da vida de vocês. Sou um franco atirador, não tenho mais nada a perder. Não quero viver sob o comando de Alexandre de Moraes. Eu quero liberdade. Posso ouvir um amém? Não ouvi nenhum amém. Vocês que sabem". 

Segundo a mulher, a atitude causou clima de medo entre os funcionários do prédio. "Duas mulheres do setor dele ficaram em pânico e foram autorizadas a trabalhar em home office até a semana que vem. Com tanta atrocidade que estamos vendo no período eleitoral, é uma situação aterrorizante. Eu mesma gosto de vestir roupas vermelhas e já não estou mais fazendo isso", diz. 

Comunicado enviado nesta sexta-feira (28) pelo gerente da unidade informou que o funcionário foi afastado das atividades presenciais. Os gestores, segundo o texto, analisavam quais outras ações, além das medidas disciplinares cabíveis, poderiam ser tomadas pela segurança dos servidores. A Caixa foi procurada, mas ainda não se posicionou oficialmente sobre o ocorrido.

Entre as providências que incluiu na lista de compromissos caso seja eleito, o ex-presidente Lula (PT) deve mobilizar uma Reforma Política. Nesta sexta-feira (29), o pré-candidato à Presidência da República resumiu os repasses do 'orçamento secreto' da Câmara dos Deputados como "a vergonha do século XXI".

Com movimentação em torno de R$ 20 bilhões, distribuídos sem transparência aos deputados federais através de emendas, a metodologia do 'orçamento secreto' foi criticada pelo petista.

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"O Presidente da Câmara distribui para quem quer, para que Deputados saiam tentando fazer acordo com Prefeitos. É uma vergonha é nacional", afirmou em entrevista à Rádio Jornal.

Fundão incentiva o aprimoramento da democracia

Lula ainda disse que os R$ 5 bilhões gastos com o Fundo Eleitoral e o custo anual destinado aos partidos pelo Fundo Partidário não interferem na alta da inflação, mas que é importante motivar uma Reforma Política.

Na sua visão, o investimento é o preço do aprimoramento em que se encontra a democracia. "O Fundo é um jeito da Justiça Eleitoral controlar os partidos e saber que não vai ter corrupção, que não vai ter empresário comprando partido, comprando deputado, comprando mandato", concluiu. 

O ex-presidente acrescentou que o financiamento público de campanha foi um passo importante para o fim da corrupção, pois acabou com os acordos das empresas junto aos partidos.

Na estruturação da pré-campanha à Presidência, o ex-presidente Lula (PT) indicou nesta sexta-feira (29) que espera contar com Dilma Rousseff como cabo eleitoral. Caso aceite o convite, a ex-presidente pode começar a participar das viagens e dos compromissos do petista ao lado do vice Geraldo Alckmin (PSB).

O PT é acusado de "esconder" a última representante da sigla no Planalto para que sua impopularidade não atrapalhe o projeto do partido de voltar ao Alvorada. Por outro lado, Lula se mostrou fiel e quer Dilma mais próxima nas obrigações de campanha que estão sendo programadas pelo Brasil.

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"Eu tenho orgulho da Dilma. Ela vai fazer na minha campanha o que ela quiser", propôs o petista, que deu carta a correligionária durante entrevista à Rádio Jornal.

"Ela será cabo eleitoral na minha campanha [...] será minha companheira antes, durante e depois das eleições", determinou.

 Na última terça-feira (5), o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil aprovou a inclusão de três novas disciplinas no exame: Direito Eleitoral, Direito Financeiro e Direito Previdenciário. A mudança só entrará em vigor a partir do Exame de Ordem Unificado XXXVIII, que deve ter o edital divulgado no próximo ano.

De acordo com o Conselho, não haverá o aumento de questões e nem alterações nos esquemas da 1ª e 2ª fase, apenas será realizado o remanejamento de questões para conter essas três cadeiras. Além disso, foi definido que o candidato poderá escolher qualquer estado para realizar a prova, sem a regra de domicílio eleitoral ou local de colocação.

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Em meio a essas mudanças é mais do que compreensível que os estudantes se sintam apreensivos, dada a já reconhecida complexidade da OAB. Desse modo, o LeiaJá conversou com alguns especialistas que esclareceram um pouco sobre essa decisão do Conselho e suas implicações.

Para Raphael Costa, advogado eleitoralista e professor de Ética, a mudança era necessária. “Em minha ótica é uma proposta correta, porque demonstra que a OAB está atenta aos anseios da sociedade, em que cada vez mais se faz necessário profissionais que entendem de direito previdenciário, eleitoral e financeiro, pois são ramos do direito que impactam diretamente o dia a dia da população.”

Por mais que sejam relevantes, a maioria das universidades não incluem essas matérias na grade curricular, incluindo-as apenas como cadeiras eletivas. De acordo com o advogado, por ser uma prova multidisciplinar e um exame de proficiência, a OAB naturalmente irá cobrar temáticas relegadas inclusive na graduação, como uma forma de manter os futuros profissionais atualizados sobre as necessidades sociais.

“Sejam nos entendimentos de regras eleitorais, que a todo momento estão em discussão no congresso nacional, sejam as regras da previdência, sejam as regras de aplicação financeira a financiamentos e correções monetárias que cada vez mais chegam aos tribunais superiores, as habilidades técnicas e o repertório do profissional de direito nessas cadeiras serão requisitados”, esclarece o docente.

Em entrevista ao LeiaJá, o professor de direito civil, Rafael Ribeiro, também explica que a medida já era algo previsto. “Isso era uma tendência natural a acontecer uma vez que a prova da ordem está aos poucos buscando englobar diversos ramos do direito. Assim, a inclusão destes e de outros campos já era de certa forma esperada.”

Entretanto, por mais que fosse previsível a inclusão de novos conteúdos, é necessário avaliar quais serão as implicações no resto do exame. “É preciso avaliar quantas questões cada ramo desse terá, quais matérias perderão espaço, se serão as tradicionais e mais robustas, como ética e direito civil, ou se serão matérias menores, como direito do consumidor e ambiental, que no caso perderiam ainda mais espaço”, esclarece o docente.

Com a notícia da inclusão de mais campos do direito muitos candidatos podem ficar aflitos com ainda mais temáticas para serem abordadas. De acordo com Rafael, a única solução é já iniciar os estudos nas áreas propostas. “A mudança passa a vigorar a partir do trigésimo oitavo exame, então para o alunos que estão no 5º a 6º período, que irão pegar essa mudança,  é importante já começar a estudar esses ramos, porque são cadeiras que geralmente não estão na grade curricular das universidades, assim, o aluno terá que estudar com mais afinco. Recomendo a busca por cursinhos que já se adaptaram a essa mudança”, diz o docente.

A Justiça Eleitoral manteve nesta quinta-feira, 17, o recebimento da denúncia contra o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (ex-PSDB, hoje sem partido), por suposta propina de R$ 11,9 milhões da Odebrecht nas campanhas de 2010 e 2014.

"Há a exposição clara e objetiva dos fatos imputados aos acusados, seus elementos essenciais e circunstâncias necessários ao amplo exercício da defesa, com a nota de que, nos delitos de autoria coletiva, não se faz necessária a descrição minuciosa e individualizada de cada acusado, bastando a exposição do vínculo entre ele e o crime imputado", diz um trecho da decisão.

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Alckmin virou réu por falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro em julho de 2020. A defesa, no entanto, apresentou argumentos preliminares para tentar desmontar as acusações do Ministério Público Eleitoral e garantir sua absolvição primária (quando a denúncia é arquivada sem análise do mérito).

Os advogados sustentam que as acusações foram baseadas exclusivamente na palavra de delatores e sem descrição mínima dos crimes imputados. Outro ponto levantado é sobre uma alegada prescrição. A defesa também contesta o uso de provas do sistema sistema Drousys, de propina da Odebrecht.

O magistrado analisou as alegações ponto a ponto. Ele concluiu, no entanto, que as declarações apresentadas em colaboração premiada foram respaldadas por um 'contundente e robusto conjunto de elementos de convicção'. Em sua avaliação, os demais questionamentos da defesa, sobre supostas irregularidades na reunião das provas e contradições nos depoimentos dos delatores, devem ser analisadas no curso do processo e não são suficientes para o arquivamento prévio da denúncia.

Além da ratificar o recebimento da denúncia, o juiz também mandou marcar os interrogatórios do ex-governador e dos outros cinco réus no processo - incluindo o ex-tesoureiro adjunto do diretório estadual do PSDB, Marcos Monteiro, e o ex-assessor do governo Sebastião Eduardo Alves de Castro. As defesas precisam se manifestar sobre a possibilidade de realização por videoconferência para que as audiências sejam marcadas.

Entenda as acusações

O Ministério Público Eleitoral diz que Alckmin recebeu caixa dois de R$ 2 milhões da Odebrecht em 2010 e R$ 9,3 milhões em 2014, quando se reelegeu governador de São Paulo.

O primeiro repasse, em 2010, teria sido efetuado por intermédio do escritório de Adhemar Ribeiro, cunhado do tucano. Os pagamentos constam nas planilhas do Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, responsável pela contabilidade das propinas, sob o codinome 'Belém'. Beneficiado pela prescrição, Ribeiro foi excluído da denúncia.

Em 2014, o esquema teria contado com a participação do então tesoureiro de campanha Marcos Monteiro, que teria atuado ao lado da Odebrecht na autorização, planejamento e execução dos pagamentos da propina. De acordo com a denúncia, os repasses foram feitos em 11 parcelas, totalizando R$ 9,3 milhões, e entregues pela Transnacional, empresa do doleiro Alvaro Novis, ao 'senhor Eduardo Castro', o assessor Sebastião Eduardo Alves de Castro.

COM A PALAVRA, A DEFESA DO EX-GOVERNADOR GERALDO ALCKMIN

Em nota, os advogados José Eduardo Alckmin, Márcio Elias Rosa, Marcelo Martins de Oliveira, Fabio de Oliveira Machado e Verônica Sterman, que representam o ex-governador, afirmam que a decisão 'permitirá que o procedimento prossiga e novamente fique evidenciada injustiça da acusação'.

"Não há nenhum fato novo; a versão apresentada pelo MP é baseada exclusivamente em delação premiada, cujo teor é improcedente", sustentam. "A própria Justiça Eleitoral já se pronunciou a respeito das eleições de 2010 e 2014, não subsiste nenhum apontamento", acrescentam.

COM A PALAVRA, OS DEMAIS CITADOS

A reportagem do Estadão busco contato com as defesas até a publicação deste texto, mas sem sucesso. O espaço está aberto para manifestação.

 

Há menos de um ano da disputa à Presidência da República, os pré-candidatos inundam as redes sociais com frases de efeito e discursos de apoio à população para encantar os brasileiros desacreditados em meio à crise econômica, que parece se distanciar cada vez mais do fim. Do outro lado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tenta conter o avanço dos concorrentes e, como resposta, furou o teto de gastos para aumentar o benefício do novo Bolsa Família e brigar pelo apoio popular à sua reeleição. Independente do próximo eleito ao Planalto, as promessas de ambos os lados podem ser instrumentos para enganar o eleitor, alertou o cientista político Caio Souza em entrevista ao LeiaJá.      

A reportagem do LeiaJá percorreu as ruas do entorno do Mercado de São José, um dos locais com maior movimentação no Centro do Recife, e ouviu de eleitores o pedido por um futuro presidente honesto, capacitado e, principalmente, mais 'humano' para atender aos anseios mais básicos do povo. Para os entrevistados, a próxima agenda deve focar no combate ao desemprego, à fome e a falta de moradia.

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As falas representam o desejo claro da maioria dos brasileiros por uma política mais cuidadosa com os mais vulneráveis. Porém, a falsa preocupação em beneficiar os mais pobres geralmente é utilizada como artifício de políticos oportunistas, que se aproveitam da fragilidade e do desconhecimento dos eleitores para se lançar em propostas populistas. 

"Caso as propostas só sirvam para atrair o eleitor, mas não se concretizem na realidade, nem possam ser executadas caso seja eleito, estaremos perante um claro estelionato eleitoral. Afinal, usam-se de propostas impossíveis de serem cumpridas, apenas para que consiga ocupar um cargo", alerta o cientista político.

A intenção é ‘jogar’ com a necessidade do povo, que cai no engano por não enxergar soluções a longo prazo, e garantir seu voto em troca da suposta melhoria genérica. Nesse método, o candidato "trabalha com a vulnerabilidade e ignorância das pessoas. Pois, grande parte da população não sabe o que um prefeito, governador, vereador, deputado ou senador podem de fato fazer", comenta.

O estudioso usa como exemplo a campanha de vereadores eleitos ao defender o porte de armas, quando essa é uma matéria que ultrapassa o limite do seu cargo. "Temos deputados prometendo construção de escolas, hospitais, postos de saúde, quando no máximo ele poderá reivindicar essas construções, mais por lei ele jamais poderá mandar construir", citou em outro exemplo.

Velha metodologia eleitoreira

A estratégia se molda ainda antes do período eleitoral, quando os candidatos mais preparados e com maior recurso financiam pesquisas para saber o que as pessoas querem ouvir de um político. Após se alinhar ao discurso das ruas, a segunda etapa é montar o pacote de promessas com potencial de 'vender' melhor na campanha, já direcionada ao público específico. 

Começado o período eleitoral, a missão já não é mais refletir sobre meios de avanço político, e sim, focar no público-alvo com palavras programadas e frases 'chicletes' que 'conversem' diretamente com as necessidades levantadas. Esse método somado ao carisma do candidato representa a receita perfeita para atingir o efeito de 'encantamento'.

Prejuízos do discurso populista

A questão é que as promessas populistas "não são embasadas financeiramente, não condizem com a realidade e com a possibilidade da administração pública, fazendo com que o candidato até consiga se eleger, mas ficará preso muito mais à política de favores e de trocas de interesses do que a real e possível defesa de agendas importantes, mas utilizadas de forma errada, criando um mandato não sustentável", conclui Souza.

Ao ser eleito, a gestão de quem se apoiou unicamente no debate populista repercute no “risco de deixar de colocar no poder pessoas que de fato tenham um compromisso com aquelas pautas e que poderiam realmente avançar em sua defesa com propostas possíveis e sustentáveis. Nosso maior prejuízo é no atraso do enfrentamento real de nossos problemas", avalia. 

Ele destaca os efeitos negativos do último pleito à Presidência, quando o discurso anticorrupção foi banalizado, mas desde então segue enfraquecido e desaguou na recente tentativa de limitar as investigações do Ministério Público. Sem receber tanta aprovação, o Legislativo, com aval do Executivo, conseguiu atenuar os atos considerados improbidade administrativa, o que flexibiliza a impunidade aos que forem pegos por práticas de corrupção.

Como identificar o político que quer te enganar?

A melhor forma de descobrir se o interesse no povo é real ou apenas parte da disputa pelo poder passa pela pesquisa da carreira do candidato e seu histórico de votos e ações.

O estudioso lembra que é importante ficar atento aos últimos mandatos e sempre levantar questionamentos básicos como: "como ele fará isso? Quem ele chamará para executar essa promessa? Qual a fonte do dinheiro que será utilizado para essa promessa ser cumprida? A lei autoriza que isso seja feito? Qual o prazo que será dado? E por fim, o que justifica o interesse do candidato pela agenda que ele diz defender?", elencou.

Essa estratégia pode ser posta em prática para se prevenir dos discursos rasos dos ‘salvadores da Pátria’. “O questionamento pessoal e aos candidatos é uma das principais ferramentas para não sermos ludibriados por belas palavras que tentam jogar com a nossa ignorância”, complementou o cientista.

O vice-procurador geral eleitoral Renato Brill de Góes entrou com uma representação contra o presidente Jair Bolsonaro para que ele seja multado por fazer campanha eleitoral antes do prazo permitido. Caso condenado, Bolsonaro pode desembolsar até R$ 25 mil.

O presidente teria violado a legislação eleitoral na sexta-feira (18), quando participou da cerimônia de entrega de títulos fundiários a assentados em Marabá, no Pará.

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Na ocasião, ele ganhou uma camisa com os dizeres “É melhor Jair se acostumando, Bolsonaro 2022”, ergueu para o público e leu a mensagem no microfone. O evento também era transmitido pela rede pública TV Brasil, aponta a Folha de S. Paulo.

LeiaJá tambémAtos convocados por Bolsonaro são campanha eleitoral?

A Lei determina que os candidatos só iniciem a propaganda eleitoral em agosto do próximo ano. Por isso, a multa entre R$ 5 mil e R$ 25 mil é prevista aos que concorrentes que burlarem as regras.

Com recorrentes casos de corrupção, que permeia entre partidos, há eleitores que não votam como protesto contra o sistema político brasileiro. No entanto, é difícil compreender quando o próprio candidato, que teoricamente investiu e brigou por votos durante a campanha, deixa de votar em si próprio. Em Pernambuco, o resultado das eleições indicou que as mulheres são maioria nesses casos e reforçou a desconfiança à prática de candidaturas ‘laranja’.

Compra de votos, derramamento de santinhos e campanha no dia do pleito são algumas infrações eleitorais que, infelizmente, fazem parte da tradição nas urnas. Os candidatos com zero votos também já são conhecidos dos eleitores e deixam uma pulga atrás da orelha quanto ao financiamento de campanhas falsas. Em Recife e mais seis cidades da Região Metropolitana, 52 concorrentes não obtiveram votos, com destaque para Paulista.

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Independente de ideologia progressista ou conservadora, o fenômeno foi percebido com mais incidência em partidos de centro-direita. As mulheres comandam as candidaturas “zeradas” no Recife, Olinda, Paulista, Camaragibe, São Lourenço da Mata, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, que registraram apenas 13 candidatos homens sem voto.

Confira a lista dos candidatos zerados nos municípios da RMR:

Recife (4)

Fátima Pragana (PTC)

Marta Motoqueira (DC)

Maria Imaculada (PTB)

Inês Medeiros (PTB)

 

Olinda (7)

Irmã Conceição (PTC)

Ninah (DC)

Cláudia Alves (Avante)

Leide da Base Rural (Podemos)

Drulianne Santana (Avante)

Joana da Tabajara (Podemos)

Luanna Gregorio (Avante)

 

Paulista (16)

Di do Parque (PTC)

Zeza Rocha (PSOL)

Adriana Rodrigues (PP)

Almir Promete e Faz (PSL)

Ednildo Marcos (Podemos)

Eliude (PMB)

Geraldine Barros (DEM)

Zenilza Pereira (Podemos)

Débora Silva (PMB)

Michelle Vasconcelos (DEM)

Neidson Oliveira (Podemos)

Roseane (PMB)

Jonas Pereira (Podemos)

Lucimare Silva (Podemos)

Marlene Pereira (Podemos)

Rebeka Azevedo (Podemos)

 

Jaboatão dos Guararapes (8)

Maria Lucia (PRTB)

Madalena (Avante)

Sergio Araújo (DC)

Josiane Silva (PRTB)

Cláudia Viana (DC)

Rico de Santo Antônio (Avante)

Virginia Ferreira (DC)

Leda Barros (DC)

 

Camaragibe (5)

Careca Filho de Café (PSC)

Deyvison de Lima (Rede)

Ana Karolyne (PMB)

Juliana Lapenda (Rede)

Talita Guedes (PMB)

 

São Lourenço da Mata (2)

Lane (Cidadania)

Rodolfo da Balança (Cidadania)

 

Cabo de Santo Agostinho (10)

Silvio de Andrade (PCdoB)

Irmã Lúcia (Cidadania)

Abimael do Armazém (Solidariedade)

Miriam da Silva (Patriota)

Carlos Candeias (PSL)

Professora Lidia (Rede)

Angela Maria (PSOL)

Geynn Heyrr (Republicanos)

Rosilene (PSOL)

Tamires Barbosa (Republicanos)

O presidente Donald Trump tem cumprido a promessa de judicializar o pleito contra o democrata Joe Biden, mas as investidas têm fracassado nas Cortes estaduais até o momento. Nenhuma das ações para interromper a apuração de votos prosperou até agora.

Nos Estados Unidos, a Justiça eleitoral é descentralizada e cada Estado tem legislação própria. Isso tanto força a equipe de Trump a dominar regras locais, quanto dá a possibilidade de ingressar com ações simultâneas.

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Via de regra, o processo deve passar pelo juiz do condado, o Tribunal de Apelação e a Suprema Corte do Estado, até chegar à Suprema Corte americana.

Analistas acreditam que a chance de essas ações prosperarem é remota. "No momento, os juízes estão muito céticos e não há casos flagrantes para preocupação", disse o professor da Universidade de Denver, Rafael Ioris.

"Já para levar a ação diretamente para a Justiça Federal, a campanha teria de vislumbrar alguma lei federal que estaria sendo violada. Mas elas são muito poucas, basicamente fraude e financiamento de campanha", explica Rodrigo Becker, advogado da União. "Em geral, o processo tem de seguir todas as instâncias."

Embora a judicialização seja um "caminho longo", ações que envolvem disputa presidencial tendem a ser julgadas mais rapidamente para que haja decisão até o dia da posse - neste caso, 20 de janeiro de 2021. "No caso Bush versus Gore, todo o trâmite começou na Justiça estadual e durou 40 dias até a Suprema Corte decidir", diz Becker.

Durante meses, Trump vinha argumentando, sem apresentar provas, que os votos por correio seriam passíveis de fraude. Por causa da pandemia, Estados ampliaram a possibilidade de votar antecipadamente e mais de 101 milhões de eleitores, um recorde histórico, fizeram sua escolha antes do dia 3 de novembro.

Conforme Ioris, as ações movidas por Trump estão dentro do previsto. "Meses atrás, ele já havia dito que não aceitaria uma derrota e isso seria uma indicação de fraude", afirmou. "Algumas pessoas brincam que já nos tempos de empresário da construção, Trump tinha mais advogados do que engenheiros. Ele tem essa prática muito clara de litigar os casos e ir desgastando o processo."

Por enquanto, juízes estaduais têm demonstrado pouca inclinação para concordar com as justificativas do presidente em suspender os pleitos, adotando apenas mudanças pontuais quando acham necessárias.

Foi o caso, por exemplo, da Pensilvânia. Com Biden encostando durante a apuração, a campanha republicana alegou "falta de transparência", acusou democratas de "esconder" a contagem dos votos e reclamou que fiscais eram mantidos distantes do local de apuração. Uma Corte da Pensilvânia deu razão parcial ao pedido ontem: autorizou os observadores a se aproximarem, mas a contagem dos votos prosseguiu.

Alegação semelhante aconteceu em Michigan. Segundo os republicanos, voluntários do partido teriam sido impedidos de acompanhar o processo no pequeno condado de Roscommon, na zona rural. A Justiça local, entretanto, negou o pedido.

Já na Geórgia, a ação foi movida contra o condado de Chatham, solicitando retenção de cédulas que chegaram após as 19 horas do dia da eleição. Mais uma vez, o pedido foi negado.

Suprema Corte

Os advogados de Trump já pediram para ingressar como parte interessada em processo na Suprema Corte que é anterior à eleição. A ação trata da possibilidade de contagem das cédulas após a votação presencial e deve ter o mérito analisado após o fim da contagem dos votos.

Para Ioris, essa é a melhor chance do republicano na Justiça. "Se algum juiz federal impugnar uma série de votos, aí pode alterar o resultado", disse o professor da Universidade de Denver. "Mas isso é uma incógnita."

O presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Carlos Moreira Alves, suspendeu a liminar da Justiça Federal em Brasília que bloqueou os R$ 3 bilhões dos fundos partidário e eleitoral e deixou o valor à disposição do governo federal para o combate ao coronavírus.

A decisão do desembargador acolhe pedido da Advocacia-Geral da União. O desembargador afirma que a decisão liminar do juiz Itagiba Catta Pretta, da 4ª Vara Federal de Brasília, não indicou "nenhuma omissão dos Poderes constituídos da República, no âmbito de suas respectivas esferas de competência" e ainda "interfere em atos de gestão e de execução do orçamento público, da mesma forma como interfere no exercício de competências constitucionalmente outorgadas a autoridades dos Poderes Executivo e Legislativo".

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Segundo o desembargador, a liminar impôs, "efetivamente, grave lesão à ordem pública, sob viés da ordem administrativa". "Se medidas para o combate à pandemia necessitam de ser adotadas, devem ser levadas a efeito, repita-se, mediante ações coordenadas de todos os órgãos do poder público federal, estadual, municipal e distrital, dentro de suas respectivas esferas de atribuições constitucionais, com intervenção apenas excepcional do Poder Judiciário".

O magistrado afirma que "tem demonstrado a experiência internacional que para um enfrentamento minimamente eficaz da pandemia em referência, se fazem necessárias ações coordenadas de todos os órgãos do poder público federal, estadual, municipal e distrital, nas suas respectivas esferas de atribuições constitucionais, com intervenção apenas excepcional do Poder Judiciário".

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao Tribunal Regional Federal que suspenda a liminar da Justiça Federal em Brasília que determinou o bloqueio dos fundos eleitoral e partidário com o fim de destinar a verba, que chega aos R$ 3 bilhões, para o combate ao coronavírus. A verba deverá ficar à disposição do governo Jair Bolsonaro para ser usada "em favor de campanhas para o combate à pandemia ou amenizar suas consequências econômicas", determinou Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª Vara Federal Cível de Brasília. A decisão acolheu ação popular movida por um advogado.

Em recurso endereçado ao desembargador Carlos Eduardo Moreira Alves, presidente do TRF-1, a AGU afirma que a decisão "revela manifesta ameaça à separação de poderes e anseio de ruptura institucional entre os Poderes da República" sob a justificativa de que tal decisão, em torno da mudança na destinação da verba, seria de competência do Legislativo e do Executivo.

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"Consoante se observa do caso em apreço, a decisão impugnada interfere na execução orçamentária federal sem sequer indicar qualquer omissão imputável à União ou suas autoridades no tocante ao combate ao novo coronavírus, seja no campo médico, seja no campo econômico-social", diz a AGU.

O órgão ainda ressalta que "diante da gravidade da emergência causada pela pandemia do COVID19 (Coronavírus), as autoridades brasileiras, em todos os níveis de governo, têm adotado todas as medidas possíveis para o apoio e manutenção das atividades do Sistema Único de Saúde, especialmente mediante destinação de recursos públicos com vistas a atenuar os graves riscos à saúde e à segurança públicas, bem como garantir a real e efetiva proteção a esses direitos fundamentais'.

A AGU menciona, por exemplo, o decreto de calamidade pública, do presidente Jair Bolsonaro, e a destinação de R$ 600 milhões para o combate à pandemia, oficializada em portaria do Ministério da Saúde, no dia 25 de março.

"Vê-se que o Poder Executivo Federal, em conjunto com o Poder Legislativo, não tem medido esforços visando à atuação urgente, duradoura e coordenada de todos as autoridades federais, estaduais e municipais em defesa da vida, da saúde e da própria subsistência econômica de grande parcela da sociedade brasileira", diz a Advocacia-Geral da União.

Em razão disso, a AGU conclui que não há "qualquer omissão administrativa que permita concluir pela existência de periculum in mora suficiente à interferência do Poder Judiciário na execução orçamentária federal".

Valores

Em janeiro, o presidente Jair Bolsonaro sancionou integralmente o Orçamento de 2020, que inclui o Fundo Eleitoral. Conhecido como "fundão", o dispositivo prevê gasto de R$ 2 bilhões para financiar as campanhas dos candidatos nas eleições municipais previstas para outubro. O valor de R$ 2 bilhões foi aprovado pelo Congresso em dezembro do ano passado. Já o Fundo Partidário foi aprovado no valor de R$ 959 milhões.

Ação

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral Luis Felipe Salomão negou na segunda-feira, 6, pedido do partido Novo para destinar recursos do fundo partidário para o combate ao novo coronavírus. A verba, no caso da legenda, seria de R$ 34 milhões.

A transferência do fundo partidário para o combate ao coronavírus foi levada ao TSE após o Novo não conseguir incluir emenda na PEC do Orçamento de Guerra que permitiria o repasse de recursos do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral.

"Como pretende melhorar a segurança pública para evitar que a gente perca aula, já que toda hora tem operação policial?", pergunta Ellen, uma adolescente da Maré, aos candidatos ao governo do Rio de Janeiro.

Ela tem 14 anos, a mesma idade que Marcos Vinicius, morto durante uma operação da polícia quando voltava da escola em junho na mesma comunidade.

É neste complexo de favelas com aproximadamente 140.000 habitantes - incluindo mais de 100.000 com idade para votar - que ONGs organizaram um debate com os candidatos ao cargo de governador do estado.

O centro cultural lotou: por volta de 300 pessoas, em sua maioria jovens, negros e quase todos moradores da Maré. Todas as cadeiras de plástico foram ocupadas, bem como os paletes de madeira transformados em grades, e muitos espectadores ficaram de pé.

Apesar disso, apenas três dos 12 candidatos compareceram. Dayse Oliveira (PSTU), Marcia Tiburi (PT) e Luiz Eugênio (PCO). Tarcísio Motta (Psol) foi representado pela vice, Ivanete Silva. Todos da esquerda e creditados com 1% das intenções de voto.

- Segurança -

"Cadê os candidatos, não conheço ninguém aqui. Nenhum deles vai para o segundo turno, mal passam de 1%", lamentou Daniel Silva, de 21 anos, que esperava ver os favoritos, o ex-jogador de futebol Romário e o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes.

"Estou um pouco decepcionada, mas isso só mostra o perfil desses candidatos. É importante o candidato ir para a favela e ter contato com a gente, para ter uma noção diferente do que a mídia passa", considerou Karla Rodrigues, de 35 anos.

Todos os dias, tragédias causadas por tiroteios nas favelas do Rio ocupam as páginas dos jornais.

O debate eleitoral na Maré não foi poupado. Por alguns segundos, o discurso de um candidato foi abafado pelo som de duas rajadas de tiros.

Arthur Viana de Andrade, de 21 anos, vai votar pela primeira vez. Ele ainda não escolheu seu candidato para governados nem para presidente, mas sabe em quem não irá votar.

"Quando um candidato foca muito nessa questão de 'bandido bom, bandido morto', vejo que não é o caminho a ser seguido, porque como homem negro favelado, você entende que é um alvo", afirma, em referência ao discurso do candidato de extrema direita Jair Bolsonaro, que lidera as intenções de voto para o primeiro turno da presidencial.

- "Nenhum pudor" -

Os organizadores escolheram a segurança como tema do debate. Mas quando perguntado sobre suas prioridades, os moradores citam primeiro a saúde e a educação.

"Eles têm que fazer um hospital grandão lá atrás. Esse negócio de segurança pública dentro de favela não existe. Hospital pode realmente ajudar. A saúde é o mais importante", afirma Lucia Gomes, de 49 anos, que vende bolos na entrada do centro cultural.

"As pessoas aqui estão bem descrentes da política, e generalizam muito, falam que todo político é corrupto, todo político é ladrão. Mas eu quero ouvir as propostas, porque deixar de votar não é a solução", declara por sua vez Sheyla Amaral, de 42 anos.

Para Eliana Sousa Silva, diretora da Redes da Maré, ONG que organizou o debate, o posicionamento político dos candidatos e suas propostas não são, necessariamente, levados em conta nas favelas.

"É difícil ter uma penetração inteligente e interessante da política porque as pessoas acabam votando de forma muito instrumentalizada. Alguns políticos veem as favelas como um curral eleitoral no qual estabelecem relações assistencialistas e clientelistas", explica.

E em certos casos, os candidatos devem obter autorização dos traficantes para fazer campanha, às vezes pagando pedágios.

"Já vi candidato oferecendo corte de cabelo, distribuindo peixe podre. Parece que é mentira, mas eles não têm o menor pudor", conclui Shyrlei Rosendo, membro da ONG.

Uma das maiores polêmicas envolvendo a eleição é sobre o tempo de propaganda na TV para cada candidato durante a campanha. A pergunta que muitos brasileiros fazem é se é justo um candidato que almeja alcançar uma vaga tenha mais tempo para convencer os eleitores do que o outro que luta para conquistar a mesma cadeira. Pela legislação eleitoral, o tempo de TV e rádio, que começa no próximo dia 31 de agosto, é distribuído de acordo com o tamanho dos partidos.

A lei, mais detalhadamente, diz que 90% do tempo de propaganda de TV é destinado de forma proporcional ao número de deputados eleitos pela coligação no último pleito e 10% divididos, igualitariamente, entre as legendas registradas no Brasil. Após a definição das coligações, que terminou no último dia 5 de agosto, os brasileiros já podem ter um ideia do que vem por aí. 

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A cientista política Priscila Lapa explica que a legislação privilegiadora é motivo das maiores legendas serem muito cobiçadas no período eleitoral. “A regra de distribuição do tempo de TV entre as siglas tanto no período de campanha eleitoral quanto as veiculadas no ano inteiro é uma regra de proporcionalidade às bancadas que os partidos têm no Congresso. Ou seja, a quantidade de deputados federais e senadores que os partidos têm. Se faz essa conta e se distribui o tempo de televisão proporcional ao tamanho das bancadas. Os maiores partidos acabam com o maior tempo na propaganda eleitoral, como também mais recursos para a campanha, porque a distribuição do fundo eleitoral também é proporcional a essas bancadas”, explicou. 

Segundo um estudo de analistas do banco BTG Pactual e divulgado pelo G1, o pré-candidato pelo PSDB Geraldo Alckmin sai, nesse sentido, com uma vantagem disparada. Ele deve ter o direito a 6 minutos e 3 segundos do tempo de TV em cada bloco. O tempo reservado somente para o tucano é quase a metade do tempo total do programa eleitoral na TV, que é de 12 minutos e 30 segundos. 

Explica-se a vantagem de Alckmin pela junção de partidos que ele conseguiu para apoiá-lo. Ao todo, são oito: PP, PTB, PSD, SD, PPS, PR, PRB e DEM, o chamado “Centrão”. O segundo candidato com maior tempo, caso possa disputar a eleição, é o ex-presidente Lula com 2 minutos e 7 segundos. A legenda petista conseguiu se aliar com o PCdoB, PROS e PCO. 

O pré-candidato Henrique Meirelles (MDB), que conseguiu se somar apenas ao PHS, deve ter 1 min38seg, segundo o levantamento. Em seguida vem o presidenciável Alvaro Dias (Pode) com 33 segundos e Ciro Gomes (PDT) com o mesmo tempo. Ajudarão Alvaro na caminhada o PTC, PRP e o PSC. Já Ciro, que busco de todas as formas o apoio do PSB, que por sua vez decidiu ficar neutro, vai andar ao lado do Partido Avante. Marina Rede, com a ajuda do PV, deve ter 16 segundos. 

No entanto, essa é uma estimativa do que o eleitor pode esperar, já que a “fatia” disponível para cada candidato presidencial é calculada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e será divulgada entre os dias 16 a 24 de agosto. O órgão, para fazer o cálculo, precisa saber exatamente quais coligações as legendas formaram, entre os critérios. 

Se o tempo destinado a Marina já parece pequeno, outros presidenciáveis estão em situação ainda pior. Sete candidatos terão tempo menor que 15 segundo. É o caso, por exemplo, do deputado Jair Bolsonaro (PSL). Seu tempo estimado está em 9 segundos, o que seria 40% a menos que Enéas em 1989, que teve tentou ganhar votos ao falar um discurso rápido sempre finalizando com o bordão “Meu nome é Enéas”. Outros pré-candidatos postos como Guilherme Boulos (PSOL), João Amoêdo (Novo) e Vera Lúcia (PSTU) também terão que enfrentar o desafio de falar em poucos segundos. 

Distribuição injusta

Lapa ressalta que já existe uma discussão sobre a legislação eleitoral. Segundo ela, a regra alimenta as siglas que já são grandes, que terão mais tempo de TV, serão mais vistos e irão atrair mais candidatos e mais eleitores. “É uma questão de privilégio mesmo. Você acaba privilegiando as legendas maiores e evitando o surgimento de legendas menores mais representativas. Elas acabam tendo que fazer coligação". 

A cientista expõe que as coligações ganharam força no Brasil justamente por causa dessa regra. “Se o partido nanico não tem nem um minuto, são segundos de televisão, como ele vai se apresentar? Então ele se coliga com alguém que tem mais tempo para ganhar tempo. Você, ao invés de fortalecer os partidos, acaba gerando uma certa junção artificial em prol do recurso. Realmente privilegia os grandes em detrimento dos pequenos. Os pequenos vão continuar sendo pequenos recorrendo a outros mecanismos para conseguir ter uma fatia maior do bolo”. 

Com objetivo de mudar esse panorama, existem algumas propostas de reforma política para que a lei, além de levar em conta a bancada dos partidos, incluir outros como combinar números de governadores, de prefeitos e de vereadores. “Propostas para levar em contra outras instâncias federativas tornando mais justo o processo. O partido pode ter muitos deputados, mas pode não ter governadores, pode não ter muitos prefeitos. Existe a discussão de outras formas de fazer isso para que se quebre o monopólio dos grandes partido”. Outros projetos são mais radicais visando a distribuição do tempo igualitariamente, desde que o partido tenha representação diretória em todos os estados e municípios. 

No entanto, o quadro não é de muita esperança a curto prazo. “Não vai para frente porque quem vota essas regras é o próprio Congresso e o Congresso vai privilegiar onde tem mais líderes. Ninguém vai querer cortar da própria carne, então é uma discussão muito ampla, mas que dificilmente mudará a curto prazo, muito pelo contrário, tende a se instituir outros mecanismos que vão acabar fortalecendo os grandes partidos. Tem por trás o princípio do fortalecimento do sistema partidário, mas que na prática privilegia só quem já é grande, não deixa muito espaço para legendas menores e menos representativa”. 

Na tentativa de mudar esse panorama, nesta semana, os partidos Progressista (PP) e Podemos reafirmaram um pedido para que o Supremo Tribunal Federal (STF) altere as regras atuais sobre a distribuição do tempo de TV durante a campanha eleitoral. Caberá ao ministro Luiz Fux, que é o relator do caso, analisar o pedido. No documento, o PP e o Podemos afirmam que o horário eleitoral gratuito é fator decisivo na eleição. 

Com o pouco tempo de TV, presidenciáveis como Bolsonaro deve utilizar cada vez mais as redes sociais para angariar cada vez mais eleitores. Embora esse ser um caminho, de acordo com a nova pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisas UNINASSAU, o veículo de comunicação mais procurado continua sendo a TV com 51%, seguidos de redes sociais (28%), jornais (8%), rádio (8%) e outros que somam 2%. O WhatsApp também é uma fonte de informação. São 56% os que dizem utilizar “sim, sempre” a ferramenta conta 20% que “às vezes” e “24%” que nunca.

 

O cientista político Adriano Oliveira ressaltou que os candidatos continuarão a utilizar os instrumentos tradicionais como TV, campanha de rua para conquistar eleitores.

 

Entre os alvos dos inquéritos da Odebrecht no Supremo Tribunal Federal, 29 parlamentares são investigados pelo crime de falsidade ideológica eleitoral - caixa 2 ou caixa 3, quando não há indícios de corrupção ou lavagem de dinheiro. Quando essas autoridades perderem o foro no STF, seja por fim de mandato ou por provável limitação que a Corte pode impor na aplicação da prerrogativa, há chance de os casos serem enviados para a Justiça Eleitoral.

A definição da seção de Justiça ou do tribunal para onde uma investigação deve ser encaminhada não tem uma fórmula exata. A análise tem de ser feita caso a caso, de acordo com os elementos apurados. Se, nos casos envolvendo alguns desses parlamentares, não forem identificados indícios de corrupção ou lavagem de dinheiro, é provável que sejam enviados à Justiça Eleitoral. Foi o que ocorreu em relação ao inquérito que investigava o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a pedido da Procuradoria-Geral da República.

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No STF, o relator Edson Fachin já enviou à Justiça Federal no Paraná fatos trazidos em delações que incluíam suspeita de caixa 2. Em decisões recentes da Segunda Turma da Corte, no entanto, a maioria votou em sentido contrário. Nesta semana, a Segunda Turma mandou cópias das delações dos ex-marqueteiros do PT Mônica Moura e João Santana para a Justiça Eleitoral do Distrito Federal, sem determinar interrupção de apuração em outras instâncias.

Denúncia

Um dos casos que poderiam passar para a Justiça Eleitoral, se houver perda de foro, é o que resultou na denúncia contra o deputado Vander Loubet (PT-MS) por caixa 3 eleitoral. A acusação é de que ele recebeu, em 2010, doação de R$ 50 mil registrada oficialmente na campanha como sendo das empresas Praiamar e Leyroz - ligadas ao Grupo Petrópolis. Mas o repasse era da Odebrecht.

Procurado na sexta-feira, Loubet disse, via assessoria, que as acusações relacionadas às delações da Odebrecht "não procedem, são inverídicas". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Durante o programa de visibilidade nacional, o Roda Viva, o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), questionado sobre qual é o seu plano para a eleição 2018, disse diretamente que seu foco é Pernambuco. “Meu caminho certamente será Pernambuco disputando a deputado federal, Senado ou governo”, falou com convicção na noite dessa segunda (12). 

“Na verdade, tem muita especulação em relação a isso, [mas] meu foco é Pernambuco. Eu sou deputado federal e tenho dito em Pernambuco, onde resido e tenho a minha base eleitoral, que estou disposto a disputar de novo um mandato de deputado federal, também como componho um agrupamento de oposição bastante amplo e expressivo tendo em vista a realidade daqueles que ocupam o governo estadual, estou disposto também a disputar um mandato a senador e a governador”, disse sem dar mais pistas. 

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O auxiliar ministerial de Michel Temer (PMDB) garantiu, no entanto, que seu projeto nunca será pessoal. “Se, por ventura, esse leque oposicionista que se formou em Pernambuco identificar na minha pessoa alguém que possa liderar um projeto em Pernambuco naquilo que eu acho que é necessário em termos de mudança para o estado, eu estou disposto tanto a disputar o senado como o governo do estado”, reiterou. 

Sobre a possibilidade de ser vice-candidato, ele falou que primeiro do que tudo a legenda precisa ter um candidato. “Foi lançado, recentemente, que é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Eu sou admirador do trabalho de Rodrigo, que é um líder que se afirmou no Congresso, mas não existe candidato a vice, eu desconheço”. 

“Meu caminho certamente será Pernambuco disputando deputado federal, senado ou governo dependendo do contexto dessas forças políticas que estão ao nosso lado na oposição estadual”, continuou explanando. 

Falando sobre o tema da educação, o ministro disse que o Brasil mudou o sentido da curva de crescimento a partir de políticas públicas que, no seu modo de ver, foram “corrigidas” na direção correta. Ele, mais uma vez, tocou na reforma do ensino médio afirmando que foi uma iniciativa que causou “uma mudança estrutural muito relevante para a educação básica do nosso país” e ainda afirmou que o atual governo conseguiu dar passos signficativos na educação. 

Líderes dos dez maiores partidos ouvidos pelo jornal Estado de S. Paulo e pelo Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) pretendem direcionar os recursos eleitorais em 2018 para campanhas de candidatos que já tenham mandato político. Além disso, também devem priorizar o espaço da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV para caciques partidários e candidatos conhecidos em seus redutos.

Com recursos limitados - o fundo eleitoral terá R$ 1,7 bilhão - e um período menor de propaganda gratuita, os partidos avaliam que precisam concentrar a estratégia em quem já é conhecido para garantir a eleição. A tática vai na contramão da expectativa de que as novas regras eleitorais, aprovadas no fim de setembro no Congresso, pudessem acelerar uma renovação na política.

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O cenário começou a se desenhar nesta semana, com a aprovação do Orçamento da União de 2018, que manteve o atual montante de recurso público destinado a financiar as campanhas. Sem perspectiva de aumentar esse valor, as maiores legendas já começaram a discutir como vão dividir o bolo internamente. Partidos como PT, PSDB, PSB, PDT e DEM vão priorizar aumentar suas bancadas para a próxima legislatura.

No caso da propaganda no rádio e na TV, pela primeira vez, candidatos aos governos dos Estados e à Presidência da República se apresentarão aos eleitores, em rede nacional, somente a partir de 1.º de setembro. O primeiro turno das eleições está marcado para 7 de outubro. Em 2014, a propaganda começou em 19 de agosto.

"A campanha eleitoral começa mais tarde e vai priorizar os que têm mandato. Essa é uma vantagem comparativa grande. Todos eles vão ter menos votos do que tiveram na eleição passada, mas vão se eleger porque terão mais condições do que os novos (na política)", disse o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto de Queiroz.

Permanência

A reportagem procurou os presidentes dos dez maiores partidos e seus respectivos líderes no Congresso. Em comum, há o discurso de que deputados federais e senadores que já possuem mandato ficarão com o maior quinhão dos recursos para garantir a permanência em seus cargos.

A explicação para essa estratégia passa pelas regras de distribuição do fundo eleitoral, definidas na reforma política. Os partidos com as maiores bancadas no Congresso recebem mais recursos do que os outros. Com isso, as grandes legendas devem investir a maior parte do dinheiro na eleição para a Câmara dos Deputados.

"É claro que vamos ter de priorizar para eleger deputado federal. A gente tem a pretensão de dobrar a bancada, subir de 20 deputados para 40. Isso é a nossa prioridade", explicou o presidente do PDT, Carlos Lupi. "Como também temos um candidato à Presidência da República, temos de dar prioridade à candidatura nacional, o que ajuda as candidaturas nos Estados. Uma coisa puxa a outra, a tendência é essa."

O presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, disse que vai reservar pelo menos R$ 500 mil para cada um dos deputados da bancada na Câmara, que hoje tem 16 parlamentares. Esse valor poderá ser maior, caso haja espaço orçamentário. A sigla deverá receber cerca de R$ 67 milhões do fundo eleitoral, além dos recursos do Fundo Partidário.

Esse cenário, no qual os recursos para as campanhas já estão predefinidos, deve influenciar até mesmo na decisão dos partidos de lançar ou não candidato à Presidência da República. É o caso do PMDB, que ainda não se definiu sobre uma possível candidatura à reeleição do presidente Michel Temer. Segundo um dirigente peemedebista, se o partido tiver candidato a presidente, sobrará menos dinheiro para dividir entre os candidatos a outros cargos. Essa, portanto, não deve ser a prioridade da legenda.

De acordo com a proposta aprovada na reforma política, caberá à cúpula de cada partido definir como será a distribuição dos recursos do fundo eleitoral. Com isso, algumas legendas estão reavaliando suas normas internas para definir os critérios de divisão de verba. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As informações falsas sobre as eleições chamaram mais atenção no Facebook do que as matérias jornalísticas verdadeiras, nos últimos três meses da campanha presidencial americana, de acordo com uma análise do site BuzzFeed News.

O BuzzFeed calculou que as 20 maiores histórias procedentes de sites especializados em "hoax" (farsas, piadas) e de blogs partidários geraram no período pouco mais de 8,7 milhões de comentários, reações e compartilhamentos na maior rede social do planeta.

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Os 20 textos mais bem classificados dos sites verdadeiros de informações, como The New York Times, The Washington Post e Huffington Post, registraram 7,4 milhões de reações.

No período precedente aos três meses anteriores à eleição presidencial, os textos dedicados à campanha publicados pelos grandes meios de comunicação registraram resultados muito melhores que as informações falsas ou manipulada.

A vitória de Donald Trump na eleição americana de 8 novembro provocou uma grande polêmica sobre a quantidade e a influência das informações falsas que circularam na rede. O Facebook, em particular, foi acusado de ter contribuído para a surpreendente vitória do magnata ao permitir a livre circulação de notícias equivocadas.

O presidente e fundador da empresa, Mark Zuckerberg, rejeitou a ideia, que chamou de "bastante louca", mas ao mesmo tempo afirmou que os usuários estão pouco inclinados a clicar em links e ler artigos compartilhados se consideram que estes não estão de acordo com suas opiniões pessoais.

Na madrugada deste domingo (2), dia de eleições municipais em todo o Brasil, 27 pessoas foram presas em Itaíba, Agreste de Pernambuco. De acordo com o presidente do TRE-PE, desembargador Antônio Carlos Alves da Silva, os detidos estavam praticando os crimes de ameaça, extorsão e adulteração de propaganda eleitoral. "Eles infringiram os artigos, 301, 303 e 332 do código eleitoral que preveem ameaça para coagir alguém ao voto, majorar utilidades ou serviços necessários aos eleitores e impedir a realização de propaganda, ou adulteração. Esses presos, agora, ficam à disposição do Ministério Público", explicou.

Ainda de acordo com o desembargador, houve falta de energia no município São José do Belmonte, mas a situação já está regularizada. Foram registrados 72 problemas com urnas foi indetificado até o momento e a expectativa é de que as eleições terminem, em Pernambuco, às 22h15. "Para que seja possível todo recolhimento das urnas e apuração, acredito que seja esse o horário final", completou Antônio Alves Carlos da Silva.

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Antes mesmo de o sol aparecer na capital pernambucana, a sujeira tomou conta de vários pontos da cidade na madrugada deste domingo (2). Panfletos de propaganda política, conhecidos popularmente como santinhos, foram espalhados por vias públicas em diversos bairros recifenses, principalmente em frente a colégios eleitorais que receberão a população a partir das 8h, horário marcado para o início da eleição municipal. 

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Nem mesmo o alerta feito pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), reforçando que é crime espalhar material de campanha nos locais de votação ou em vias próximas, inibiu a ação de pessoas que insistem em jogar as propagandas pelas ruas. Apenas a distribuição dos papeis foi permitida, mas com o horário limite das 22h desse sábado (1º).

A reportagem do LeiaJá flagrou, no início da madrugada deste domingo, vários panfletos jogados na calçada do maior ponto eleitoral do Recife, o Colégio Santa Maria, localizado na Rua Padre Bernadino Pessoa, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul da cidade. A sujeira também ocupou as residências em frente ao local, bem como se espalhou por todo o quarteirão. De acordo com o TRE-PE, o Santa Maria conta com 26 seções e 9.744 eleitores.

Ainda na Zona Sul do Recife, na Escola Professor Jordão Emereciano, bairro do Ibura, mais santinhos foram jogados no espaço público. O LeiaJá presenciou dois homens em uma moto espalhando os panfletos em frente ao ponto eleitoral, por volta de 1h. Assustados com a presença da reportagem, os rapazes deixaram o local de forma a apressada. Porém, um morador da Avenida Angra dos Reis - onde a escola está localizada – afirmou que os suspeitos não foram os únicos a espalharem os santinhos. “Desde as 19h que tem gente jogando papel de político no chão”, declarou o morador, que preferiu não se identificar.

Um dos casos mais críticos é o da Rua Zeferino Agra, no bairro do Arruda, Zona Norte do Recife. O asfalto da via foi coberto por um monte de panfletos em frente à Escola de Referência em Ensino Médio Professor Alfredo Freyre, outro ponto eleitoral da capital pernambucana. Confira na imagem a seguir:

Sobra para a Prefeitura

Quem já sentiu na pele os efeitos da sujeira nas ruas foi o gari Alberes Denis da Silva. O trabalhador da Prefeitura do Recife encarou muita sujeira por volta das 3h deste domingo, próximo ao Parque Treze de Maio, no Centro da cidade. Ele contou ao LeiaJá que os panfletos atirados ao chão atrapalharam seu trabalho. “Já era pra eu ter terminado, mas com tanto papel fica difícil finalizar o serviço”, contou o gari.

Companheiro de Alberes, o também gari Carlos Alberto da Silva praticamente encheu uma de suas lixeiras só com santinhos que estavam espalhados em frente ao Treze de Maio. “Pode filmar, que é muito lixo. Tem papel em todo canto”, disse o trabalhador. Segundo a Prefeitura do Recife, nas eleições municipais de 2012, mais de 30 toneladas de lixo eleitoral foram recolhidas das ruas. No vídeo a seguir, confira o trabalho de Carlos Alberto durante esta madrugada:

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Crime eleitoral

O descarte do material eleitoral nas vias públicas, mesmo na véspera da eleição, é considerado crime com base no artigo 39 da Lei nº 9.504/97, editado em 2015 pela reforma política. Ao LeiaJá, o assessor da presidência do TRE-PE, Henrique Melo, garantiu que a fiscalização para a eleição deste ano será intensa em todo Estado. “Os eleitores devem ter cuidado na véspera da eleição e na madrugada também, evitando derramar materiais de campanha, esses santinhos, nos locais de votação, pois se forem apanhados em flagrante delito serão conduzidos ao juiz eleitoral competente para que ele tome as providências cabíveis”, disse Melo. “A penalidade pode ser detenção e/ou multa para o eleitor e o candidato se, por ventura, ele mandou descartar aqueles papéis, também pode ser indiciado por abuso do poder econômico e ter consequências mais na frente, caso seja eleito, como a impugnação da candidatura”, completou. 

Segundo o TRE-PE, mais de 200 juízes eleitorais atuarão neste domingo. Antes de seguirem para a punição cabível, os casos de crime eleitoral registrados passam pelas avaliações do magistrado.

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