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A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado debateu nesta semana a liberação do aborto por grávidas infectadas pelo vírus Zika. O assunto está na pauta de votação do Supremo Tribunal Federal (STF), com julgamento marcado para o dia 22 de maio. Convidados da comissão apresentaram dados que mostram um impacto do vírus em fetos muito menor do que se imaginava quando a epidemia da doença se espalhou em algumas regiões do país, em 2016.

Na ação que está no Supremo desde 2016, a Associação Nacional de Defensores Públicos (Anadep) defende, dentre outras medidas, a descriminalização do aborto no caso de grávidas infectadas pelo Zika. Raphael Parente, do Conselho de Medicina do Rio de Janeiro, afirmou que se sabe muito mais sobre o vírus hoje do que se sabia na época.

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“Quando a Adin [ação direta de inconstitucionalidade] foi proposta, o conhecimento sobre o [vírus] Zika era muito incipiente. O conhecimento aumentou muito de lá pra cá. Um estudo publicado na revista The New England mostrou que apenas 15% dos bebês expostos ao Zika tiveram algum tipo de problema grave. Uma pesquisa mais recente, do CDC [Centro de Controle e Prevenção de Doenças] dos Estados Unidos, mostrou 5%”, disse Parente.

Lenise Garcia, doutora em microbiologia e presidente do Movimento Brasil Sem Aborto, apresentou dados do Ministério da Saúde divulgados em maio de 2017. No estudo, a microcefalia foi confirmada em menos de 20% dos casos, depois de alguns meses do nascimento da criança. Em 42% dos casos a doença foi descartada após investigação.

“Se mesmo depois de nascida a criança, é descartada a microcefalia em mais de 50% dos casos, imaginem como é incerto fazer um pré-diagnóstico intrauterino”, disse Lenise. Ela acrescentou que, na Polinésia Francesa, de onde se suspeita ter vindo o vírus, 1% das crianças nasceram com microcefalia, em um universo onde 66% da população foi contaminada pelo vírus.

“Nós temos o dado de que só 1% das crianças são afetadas quando a mãe tem a doença. Estudo científico com dados totais; não é amostragem da epidemia na Polinésia Francesa. Isso nos traz um questionamento a mais sobre usar a zika como justificativa para liberação do aborto”, acrescentou a microbióloga.

O autor do requerimento para a audiência pública, senador Eduardo Girão (Pode-CE), citou uma pesquisa realizada no Reino Unido sobre o impacto do aborto nas mulheres. “A mulher que faz aborto tem propensão muito maior a crises de ansiedade, a depressão, envolvimento com álcool e drogas e suicídio. Nesse aspecto é um caso de saúde pública sim. Quanto mais a gente debate esse assunto, mais a verdade vem à tona.”

Lenise acredita que, mesmo quando é confirmado um caso de microcefalia em um feto, seu direito à vida não pode ser negado. “E é particularmente problemático que se justifique o aborto em função de uma deficiência, porque é um preconceito com a pessoa com deficiência. Estou desconsiderando essa vida como uma vida digna de ser vivida.”

A decisão da Vale de desmontar dez barragens semelhantes à que se rompeu em Brumadinho vai causar um grande impacto econômico nos municípios da região central de Minas Gerais. As prefeituras dependem dos royalties da mineração - a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais - CFEM - que, em algumas cidades, representam mais de 20% da receita anual. Os prefeitos se preocupam com o desemprego e a queda na receita, num momento em que as prefeituras já enfrentam dificuldades por conta da crise que atinge o Estado. Prefeitos estão se mobilizando para discutir medidas alternativas.

A cidade de Nova Lima, com quatro minas a serem desativadas - Capitão do Mato, Tamanduá, Vargem Grande e Abóboras - será a mais afetada. "A mineração representa metade da nossa receita. Além do CFEM, temos de considerar que essa atividade gera também ICMS e ISS, pois tem os empregos e as empresas terceirizadas", disse o prefeito Vitor Penido de Barros (DEM). "Se acontecer, o fechamento vai inviabilizar uma cidade de 94 mil habitantes." Ele estima que a receita do município, que foi de R$ 540 milhões no ano passado, vai cair para R$ 320 milhões. "Esse valor corresponde ao da folha de pagamento. A cidade vai parar."

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Somente de Nova Lima e de Itabirito, cidade vizinha, as minas que a Vale vai fechar, pelo menos temporariamente, empregam 2,5 mil pessoas, segundo Barros. "Não estão incluídos os empregos indiretos gerado pelas transportadoras, pelos prestadores de serviços de toda espécie. São muitos. Vai ser outro desastre." O prefeito disse ter sido informado pela Vale de que os projetos para a retirada dos rejeitos devem ser aprovados num prazo de 90 a 120 dias. Nesse período, as unidades continuarão operando normalmente. "Ainda não sabemos se as quatro usinas daqui param totalmente. É certo que na Vargem Grande, a paralisação será de 100%."

A Associação Comercial e Industrial de Nova Lima informou que ainda aguarda informações mais precisas sobre a desativação das unidades, mas considera que haverá um grande impacto, "pois a mineração tem uma expressão muito forte no comércio da cidade." O comerciante Renan Lopes, dono de um restaurante, acha que muitos estabelecimentos podem fechar. "Posso dizer que mais da metade do nosso movimento é do pessoal que tem vínculo com a mineração. Não dá nem para imaginar o que vai acontecer."

O prefeito de Itabirito, Alexandre Silva Salvador de Oliveira (PSD), disse que as unidades da Vale no município não devem ser atingidas. Mesmo assim, segundo ele, a cidade sofrerá o impacto, pois fornece mão de obra para usinas de outros municípios: "Estamos todos traumatizados com o acidente de Brumadinho, morreu muita gente, mas a Vale não pode sair fechando mina por aí. Fecha e mata nossa população de fome? Não é assim que vão resolver o problema."

Descaso. Para Oliveira, durante 25 anos o governo federal tratou com descaso a fiscalização das barragens. "Alertamos muitas vezes, mas não deram a mínima. Só agora esse novo governo está olhando melhor essa questão." Segundo ele, a região toda será afetada e os prefeitos vão a Brasília em busca de uma solução. "Temos uma reunião na próxima terça-feira (5) na ANM (Agência Nacional de Mineração) e no Ministério de Minas e Energia, que já estava marcada antes do acidente de Brumadinho, e vamos colocar também essa questão na mesa. Precisamos saber como os municípios vão ficar, se vai haver alguma compensação para essa perda." Segundo ele, ao menos dez prefeitos devem ir à reunião.

"Infelizmente, somos reféns da mineração. Se parar mesmo, vai haver um impacto econômico muito grande", reagiu o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Ouro Preto, Paulo Raimundo Ferreira. Segundo ele, o comércio local ainda se recupera da queda causada pelo acidente com a barragem de Mariana, que reduziu a atividade da mineradora.

Conforme Ferreira, apesar de Ouro Preto ser uma cidade com alto fluxo de turistas, a mineração ainda tem um peso grande na economia regional. "Tentamos reduzir essa dependência buscando outras alternativas, mas o turismo, apesar de ser muito importante, não consegue dar a mesma receita. E Ouro Preto tem poucas indústrias."

A desativação e o desmonte de dez barragens construídas à montante, modelo de construção empregado em Brumadinho, foram anunciados pelo presidente da companhia, Fabio Schvartsman. As operações serão interrompidas por até três anos. O programa vai custar R$ 5 bilhões e deve reduzir a produção de ferro em 10% - cerca de 40 milhões de toneladas a menos.

Um estudo de pesquisadores das universidades federais de Juiz de Fora e de Lavras, divulgado em dezembro de 2017, mostra que, dos 853 municípios mineiros, 509 têm arrecadação de royalties de mineração e, desses, 92% são de pequeno porte e altamente dependentes desse recurso. O estudo conclui que, apesar dos riscos ambientais, a atividade mineradora produz desenvolvimento econômico por meio da geração de empregos e de investimentos, movimentando a economia local. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ano começou com vendas aceleradas para as lojas de varejo da Região Sudeste que comercializam produtos de verão. Isso está sustentando o ritmo de crescimento do comércio este mês, que já cresceu 3,6% na primeira quinzena em relação ao mesmo período de 2018, segundo a Associação Comercial de São Paulo. Desde novembro o desempenho do varejo vem ganhando força, primeiro foi com a Black Friday e, na sequência, com o Natal, que teve um bom desempenho.

Mas o fator inesperado para o comércio e a indústria é o forte calor das últimas semanas. Na primeira quinzena de janeiro, a temperatura máxima na cidade de São Paulo, principal mercado consumidor do País, atingiu 31,5ºC. Foram 3,3 graus acima do valor de referência para temperatura máxima de janeiro, que é de 28,2°C, segundo informações da consultoria meteorológica Climatempo.

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As altas temperaturas registradas desde de meados de dezembro fez os volumes vendidos de ventiladores da maior fabricante do produto no País, a Mondial Eletrodomésticos, crescerem mais 70% nos últimos 30 dias em relação a igual período do ano anterior. Foi o melhor desempenho de vendas da companhia para o período em três anos.

O aquecimento de vendas da indústria reflete o maior impulso de compras no varejo. Na Lojas Cem, por exemplo, terceira maior rede do País de móveis e eletrodomésticos, os volumes comercializados de ventiladores e aparelhos de ar condicionado nos últimos 30 dias dobraram em relação à projeção inicial para o período. A empresa tinha se preparado para repetir os volumes do ano anterior.

No Carrefour, os itens de climatização também estão com alta demanda este ano, tendência que deve ser ainda maior a partir de fevereiro, prevê a companhia. Para 2019, a estimativa geral da varejista para loja física e o e-commerce é de crescimento de até 60% nas vendas dessa categoria de produtos em relação ao mesmo período de 2018.

A rede Extra está tendo o melhor desempenho de vendas de produtos de verão dos últimos três anos. Em dezembro, a venda de ventiladores e climatizadores dobrou em relação à média comercializada entre outubro e novembro do ano passado. As Casas Bahia e o Ponto Frio já venderam na primeira quinzena de janeiro o volume de ventiladores, aparelhos de ar-condicionado e climatizadores que seria comercializado em janeiro inteiro.

Demanda maior que o esperado

A corrida às lojas já provoca faltas pontuais de ventilador - mais barato, o item que acaba antes do aparelho de ar condicionado. Mas o abastecimento desses aparelhos também não está folgado. No início da semana, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo encontrou em lojas visitadas a sinalização de que o aparelho de ar condicionado exposto era o último disponível no ponto de venda.

"Há uma disputa muito grande entre as redes varejistas para receber o produto no prazo", diz o supervisor geral da Lojas Cem, José Domingos Alves. Ele explica que ainda não faltam ventiladores e aparelhos de ar condicionado nas mais de 250 lojas da rede. Mas, segundo ele, a produção não está dando conta da demanda. Do lado do varejo, ele admite que as lojas não tinham se preparado para um verão tão quente.

O presidente da Eletros, associação que reúne os fabricantes de eletroeletrônicos, José Jorge do Nascimento Jr, afirma que a indústria não esperava para este ano um verão tão favorável às vendas de ventiladores e aparelhos de ar condicionado.

"Tivemos que reduzir os dias parados na fábrica entre o Natal e o Ano Novo para fazer o inventário por causa do aumento da demanda", diz o sócio fundador da Mondial, Giovanni Marins Cardoso. A fábrica localizada em Conceição do Jacuípe, interior da Bahia, funciona 24 horas, todos os dias da semana, para atender à demanda.

Cardoso conta que funcionários que trabalhavam em outras linhas de produção da empresa foram realocados para o setor de ventilação. Na sua avaliação, os gargalos pontuais no abastecimento ocorrem por causa da logística do varejo para escoar os estoques dos centros de distribuição para as lojas. Mas, se o ritmo acelerado de consumo continuar nos próximos meses, os estoques do varejo serão consumidos rapidamente e poderão ocorrer problemas de abastecimento de fato, prevê.

O forte calor do verão de 2019 aumentou em mais de 30% as vendas de sorvete no Rio nas duas primeiras semanas do ano em relação a 2018 e fez sumir sabores mais refrescantes, como tangerina, relatam empresários do setor. Com sensação térmica que chega a 50°C em algumas regiões, comerciantes e fabricantes têm dificuldade para manter os estoques do setor, que cresceu em número de estabelecimentos durante a crise.

O resultado são fábricas funcionando de segunda a segunda, aumento de quase 100% na demanda por algumas frutas, reprogramação de compras do varejo e investimentos em veículos para entrega.

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Fábio Barchet, diretor de franquias da Sorvete Itália, a maior rede da cidade, conta que as vendas estão maiores do que em dezembro e o mesmo período do ano passado. Segundo ele, mesmo o planejamento mais otimista feito após a eleição, não previu o aumento da demanda a que estão assistindo. Há crescimento de 30% nas zonas norte e sul da cidade; 20% na zona oeste; 22% no centro; e 10% na região dos Lagos.

Segundo Barchet, a rede está recebendo três caminhões de frutas por semana, quando o normal seria receber um ou dois carregamentos.

"Produzimos hoje para entregar amanhã. Os caminhões chegam da Ceasa (Central de Abastecimento), as frutas entram em produção e, no dia seguinte, já estão na rua em forma de sorvete de creme e picolé. Estamos entregando entre 10 e 12 caminhões de sorvete por dia", conta.

A gerente comercial da marca, Luana Freires, conta que os sabores de frutas são os mais procurados e chegou a faltar sorvete de tangerina. Na Sorvete Itália, coco, limão, manga, abacaxi e uva, no formato de picolé, e tangerina, torta de limão, coco e manga, em massa. "O calor chegou pesado e alguns setores não se prepararam para isso", diz, citando a oferta de abacaxi que não foi suficiente para atender a demanda maior. "Recebemos um produto inferior com valor mais alto."

Aumento nos preços

O aumento na demanda fez o preço do sorvete consumido fora de casa subir 0,94% no mês de dezembro, quase dois terços de todo o reajuste (1,58%) que o produto acumulou no ano de 2018, de acordo com os dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Matéria-prima de alguns sabores populares, as frutas também ficaram mais caras no último mês do ano, coincidindo com a maior procura e problemas na safra, provocados pelas condições climáticas.

"Fica claro o efeito sazonal da estação mais quente do ano, com muito sol, o que diminui a oferta de muitas frutas. E tem também efeito de alta no preço por causa do aumento na demanda", apontou André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).

Entre as frutas com elevação de preços em dezembro estão o abacaxi (8,68%), tangerina (7,41%) e uva (6,63%).

Wanderson Lamoia, proprietário da fábrica Sorvete Paletitas, localizada em Piúma, no Espírito Santo (ES), conta que não chegou a ter problemas no fornecimento de frutas, já que a região é uma forte produtora, mas o preço subiu.

Também aumentou o custo de outro insumo importante, o leite, essencial à produção dos picolés de coco, campeões de venda nos três Estados em que distribui seus produtos: Espírito Santos, Rio e Minas.

A sorveteria Açaí Mais Sabor da Praça da Bandeira, na região central do Rio, que trabalha com os produtos da Paletitas, sentiu a alta no consumo. A unidade passou a primeira semana do ano praticamente sem picolé de coco. A primeira entrega do ano aconteceu no dia 4, mas na terça-feira seguinte o estoque do sabor já estava esgotado novamente.

Segundo Lamoia, os pedidos dos lojistas nas duas primeiras semanas aumentaram mais de 20%. No Espírito Santo, a alta chegou a 30%. Mesmo assim, ele acha que faltou planejamento de alguns comerciantes, muitos novatos no setor, que não se prepararam para o verão. Das 160 lojas parceiras da marca, 40 abriram as portas no ano passado (2018).

"Tivemos um aumento muito grande no número de lojistas parceiros. São pessoas que deixaram seus empregos durante a crise e apostaram no ramo de sorvetes, que tem investimento inicial baixo", conta o empresário, que não trabalha no ramo de franquias, mas apoia na escolha do ponto, na formatação da loja e parcela em até seis vezes o investimento inicial, a partir de R$ 70 mil.

Crescimento do setor

De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o número de franquias do ramo de docerias e sorveterias aumentou quase 5% de janeiro a setembro de 2018 em relação ao mesmo período de 2017. No mesmo período, o faturamento cresceu 28%.

Para o economista Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a abertura de novas sorveterias pode estar relacionada a um empreendedorismo impulsionado pela piora do mercado de trabalho.

Levantamento da CNC, feito a pedido do jornal O Estado de S. Paulo e o do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), mostra que o número de fabricantes de sorvete aumentou em 2018 após dois anos seguidos de queda. De janeiro a novembro, foram abertas mais 207 unidades produtoras de sorvete e outros gelados comestíveis em todo o País, totalizando 4.875 empresas do gênero.

O comércio atacadista de sorvetes também cresceu. Surgiram 48 novos atacadistas de sorvete de janeiro a novembro do ano passado, para um total de 909 empresas. O levantamento considera os dados de empresas empregadoras inscritas no cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

"Tem aquele empreendedor por necessidade, que perdeu o emprego e tenta empreender, que não conseguiu voltar ao mercado de trabalho e passou a comercializar sorvete. É aquele tipo de negócio que exige uma estrutura relativamente pequena", justificou Bentes. "Pode ser gente que aproveitou o dinheiro da rescisão para abrir esse tipo de negócio. Demanda pouca mão de obra, pouca infraestrutura."

O ser humano alterou completamente a morfologia das galinhas de criação em apenas algumas décadas, algo que se manifesta em corpos enormes, patas deformadas ou corações enfraquecidos, afirma um estudo publicado na revista Royal Society Open Science.

"A galinha de criação moderna é irreconhecível em comparação com seus ancestrais ou seus congêneres selvagens", explica à AFP Carys Bennett, da Universidade de Leicester, na Inglaterra, coautora da pesquisa, que destaca "o esqueleto superdimensionado, uma composição química dos ossos e uma genética distintas".

Oriundo do sudeste asiático, a animal foi domesticado há quase 8.000 anos, mas foi apenas a partir dos anos 1950, com a busca por ritmos de crescimento mais elevados, que começaram a formar uma nova espécie morfológica, aponta o estudo.

"Bastaram algumas décadas para produzir uma nova forma de animal, quando geralmente são necessários milhões de anos", afirmou Jan Zalasiewicz, também da Universidade de Leicester e coautor do estudo.

Apreciada por sua carne e seus ovos, a galinha é a carne mais consumida do mundo na atualidade: Hoje, o mundo tem 23 bilhões. "A massa total de galinhas domésticas é o triplo de todas as espécies de aves selvagens reunidas", destaca Carys Bennett.

Embora alimentem boa parte da humanidade, as galinhas de criação também representam um bom exemplo da forma como nós modificamos os organismos vivos que se desenvolvem na Terra e "um marcador potencial do Antropoceno", o período atual, marcado pela influência do homem nos processos terrestres, destacam os pesquisadores.

"Uma evolução trágica se consideramos as consequências para estas aves", afirma Carys Bennett.

O halo galáctico que rodeia a Via Láctea é composto principalmente por destroços procedentes de sua colisão, há 10 bilhões de anos, com uma galáxia do tamanho equivalente a 600 milhões de vezes o do Sol, anunciaram pesquisadores nesta quarta-feira.

Os astrônomos tentam compreender há muito tempo se a Via Láctea se formou a partir de várias colisões com "pequenas" galáxias ou se cresceu a partir de um único grande impacto.

Diante desta questão, os astrônomos analisaram os dados obtidos pelo telescópio espacial europeu Gaia, colocado em órbita pela Agência Espacial Europeia em 2013.

O satélite cartografou em 3D quase 1,7 bilhão de estrelas da nossa galáxia, e conseguiu determinar a distância da Terra e a velocidade de grande parte delas.

"Não esperávamos que a maioria das estrelas que integram o halo tivessem uma origem comum (...), mas formam um grupo bastante homogêneo", explicou à AFP Amina Helmi, coautora do estudo, publicado nesta quarta-feira na revista Nature.

Além disso, "sua composição química é claramente diferente das estrelas 'de origem' da Via Láctea", acrescentou.

Os pesquisadores puderam reconstituir em três dimensões a chegada destas estrelas ao longo do tempo. "O visão reversa desta reconstituição permitiu aos astrônomos analisar como se formou nossa galáxia e como evoluiu", explicou Kim Venn, astrônomo da Universidade de Victoria, no Canadá.

Amina Helmi e seus companheiros puderam estabelecer assim que o choque com a galáxia ocorreu há 10 bilhões de anos, cerca de 3,8 bilhões de anos após o Big Bang.

A equipe decidiu chamar esta galáxia Gaia-Enceladus, em referência ao telescópio Gaia e ao gigante da mitologia grega Encélado.

A equipe econômica estima que o impacto da greve dos caminhoneiros custou ao país R$ 15 bilhões, ou 0,2% do PIB. De acordo com o Ministério da Fazenda, o número foi discutido na segunda-feira, 11, em reunião com o ministro Eduardo Guardia e economistas do setor privado, em São Paulo.

Na segunda, Guardia admitiu que o governo poderá rever para baixo a previsão oficial para o crescimento da economia neste ano, que está em 2,5%.

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Ele observou, porém, que essas previsões são reavaliadas a cada dois meses na programação orçamentária e que não faria revisões a cada semana. A aposta do mercado é que o PIB cresça menos do que 2% em 2018.

Guardia chegou a dizer que algumas estimativas sobre o impacto da paralisação estavam exageradas e que os economistas já vinham observando perda de ritmo da economia antes da greve.

"Revemos a previsão a cada dois meses, quando divulgamos a programação orçamentária. Então, vamos continuar fazendo isso. Pode ser uma revisão para baixo", afirmou o ministro.

A divisão política no Brasil tem sido cada vez mais latente e vai além das dependências das Casas Legislativas e dos Poderes Executivos, alcança a sociedade como um todo. O que tem provocado isso, de acordo com um estudo feito pelo Instituto de Pesquisas UNINASSAU que ouviu a opinião de um recorte de eleitores recifenses sobre a conjuntura eleitoral, é segmentação diante do atual quadro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo a amostra qualitativa, encomendada pelo LeiaJá em parceria com o Jornal do Commércio, os eleitores ouvidos das classes A, B, C e D que “hoje existem os admiradores do ex-presidente Lula versus os que rejeitam ele”. E, para eles, "esta divisão tem ocasionado muitos conflitos, os quais são prejudiciais ao Brasil".

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“Os eleitores reconhecem a divisão do Brasil. Segundo eles, de um lado, estão os adeptos de Lula. Do outro, os contra Lula. Sugerem que esta divisão é ruim para o futuro do país. E por isto, além da descrença com a classe política, revelam incerteza quanto ao futuro do país”, salientou o cientista político e coordenador da pesquisa, Adriano Oliveira.

Um retrato claro disso pode ser observado no início do mês de abril, quando no dia 5 o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato em primeira instância, ordenou a prisão do líder-mor petista para cumprir a pena de 12 anos e um mês pela qual foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 

Durante os três dias posteriores a ordem de Moro, o clima no país era de enfrentamento ideológico, porém não apenas dos militantes do PT, sindicalistas e de movimentos sociais contra integrantes de grupos como o Vem Pra Rua e dos partidos de direita, mas também entre cidadãos que não estão ligados diretamente a política, contudo saíram em defesa ou condenaram o ex-presidente. 

Um homem foi agredido e sofreu traumatismo craniano por se colocar contra Lula, em São Paulo. Já mais recente, nesse sábado (28), o acampamento montado em Curitiba em solidariedade ao ex-presidente foi alvo de tiros e um militante, atingido no pescoço, está em estado grave.

Método da pesquisa

Focado em verificar a opinião dos eleitores sobre o Brasil e a eleição presidencial, o estudo qualitativo feito pelo Instituto de Pesquisas Uninassau ouviu um recorte de três grupos recifenses  das classes A e B (com salários acima de R$ 5 mil), C (entre R$ 2 mil e R$ 4 mil) e D (entre R$ 800 e R$ 1,2 mil). 

A amostra coletou os depoimentos no dia 23 de abril e buscou identificar os sentimentos dos eleitores para com o momento do país.

Segundo Adriano Oliveira, o método qualitativo tem o poder de apresentar os elementos simbólicos que estão na conjuntura. “A pesquisa qualitativa possibilita que as visões de mundo, desejos e crenças dos eleitores sejam identificados e interpretados. O intérprete da pesquisa qualitativa deve decifrar os significados advindos das verbalizações dos indivíduos”, esclareceu. 

Jornais da Europa destacam na manhã desta sexta-feira, 6, a possibilidade da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o impacto esperado nas eleições brasileiras. O espanhol "El Pais" destacou que Lula poderá se tornar presidiário pela segunda vez na vida.

O periódico lembrou o encarceramento do ex-presidente durante o período da Ditadura Militar no Brasil. "O herói sindical, o presidente mais popular que o Brasil já teve dentro e fora de suas fronteiras, entrará agora na prisão por uma acusação vergonhosa", diz a reportagem.

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A popularidade de Lula durante seus anos de governo também foi lembrada pelo jornal francês "Le Monde". O periódico traçou a cronologia de "ascensão e queda" do ex-presidente brasileiro, recapitulando a historia dele como sindicalista, presidente e, mais tarde, como investigado e condenado por corrupção na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Já o britânico "Financial Times" destacou o impacto nas eleições presidenciais brasileiras de 2018. Para o jornal, a ordem de prisão de Lula "abre o cenário das eleições", uma vez que ele vinha liderando as pesquisas de intenção de voto no País. Para o jornal, o pleito brasileiro deve ser "o mais imprevisível dos últimos tempos".

O Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional do Câncer) lançaram a campanha pelo Dia Mundial de Combate ao Câncer que aborda as fake news, notícias ou informações falsas que circulam na internet sobre a doença. Blogueiros e influenciadores digitais, unidos à ONG Instituto Oncoguia, também se mobilizam para combater as mentiras disseminadas na rede. Para garantir que essa comunicação sobre o câncer na internet seja segura, a ideia é ampliar ações que promovam o alinhamento científico das informações difundidas para milhares de seguidores.

“Exatamente como o câncer, que não escolhe idade, sexo ou condição social, notícias falsas podem atingir qualquer pessoa. Até poucos anos atrás, o diagnóstico de câncer era sinônimo de muito sofrimento e, para muita gente, de morte. Ainda hoje, mesmo com todo o avanço nos tratamentos, com novos medicamentos, a doença ainda causa medo. E isso, muitas vezes, fragiliza as pessoas”, avalia a oncologista clínica Paula Sampaio. Rivonilda Graim, psicóloga do Centro de Tratamento Oncológico, avalia que esse é o terreno fértil para as notícias falsas e a possibilidade de prejuízo para a saúde das pessoas aumenta. “Muitas vezes, pacientes e familiares estão muito ansiosos e aflitos - o que é normal – e acabam buscando soluções alternativas, sem ouvir os médicos. Hoje, com a internet, é muito fácil ter acesso a milhares de informações, que podem confundir as pessoas”, diz Rivonilda.

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A oncologista clínica Paula Sampaio concorda com o risco das fake news prejudicarem o tratamento. O caso recente, da chamada pílula do câncer, é um exemplo. Muitos pacientes chegaram a abandonar o tratamento e as pesquisas comprovaram a ineficácia da fosfoetanolamina. “Os boatos se espalham em torno de uma esperança de uma grande mudança, mas não há uma mudança que não venha por meio da pesquisa clínica e científica”, diz a médica.

A assistente social Sinara Moura, de 48 anos, sabe como pode ser perigoso se deixar levar pelas fake news. Ela aprendeu com os próprios erros. Em setembro de 2015, Sinara descobriu um câncer no intestino. Fez cirurgia e quimioterapia, mas seis meses depois descobriu outro tumor, dessa vez no ovário direito, e precisou operar novamente e repetir o tratamento quimioterápico. Mesmo assim, em agosto de 2017, ela sofreu uma reincidência do câncer de intestino e outro tumor no reto. “Foi um período difícil, precisei fazer uma colostomia e usar uma bolsa, não aceitava isso, tinha vergonha”, lembra Sinara. “Foi então que me deixei levar, ouvia muitos ‘conselhos’ de amigos e passei a pesquisar na internet coisas para ajudar no tratamento. O ‘Dr. Google’ era meu amigo”, conta ela.

Por conta própria, Sinara cortou açúcar e carboidratos da alimentação. Nem mesmo os alertas da família a faziam parar com a dieta. “Fiquei muito debilitada, tinha desmaios constantes, não saía da cama de tanta fraqueza e tive uma perda de peso acentuada. Foram quase 10 quilos perdidos em um mês, cheguei a pesar 44 quilos, o limite mínimo de peso para fazer quimioterapia. Por muito pouco não inviabilizei meu tratamento contra o câncer. Os médicos me diziam que a quimioterapia estava perdendo para a desidratação que eu mesma causei”, lembra a assistente social.

O susto fez com que ela voltasse a ouvir as orientações dos médicos e nutricionistas. “Agora estou recuperando o peso e quase concluindo o tratamento contra o câncer. Me arrependo do que fiz, agora sei o quanto é importante seguir as orientações da equipe profissional que cuida de mim”, avalia.

Fake news é um termo típico da era digital, mas informação falsa não é novidade. Além dos boatos nas redes sociais, ouvimos, com facilidade, por toda parte, conselhos e orientações sem fundamento científico, informações propagadas em diversos ambientes e que fazem parte até da cultura popular. “Na nossa região, por exemplo, principalmente no interior, ainda é muito forte a cultura das garrafadas, dos chazinhos”, lembra a psicóloga Rivonilda Graim.

“Informação correta também é prevenção. Desconfie sempre de informações sem fontes seguras. Eu sei que checar a veracidade da informação é tarefa que demanda boa vontade e paciência, mas o Facebook e o Google, por exemplo, têm ferramentas para combater as fake news. Elembre-se: no ambiente digital, onde tudo se propaga muito rapidamente e ganha enorme dimensão, o poder está nas mãos do usuário. As fake news só têm poder se forem compartilhadas”, conclui Paula.

Cuidados importantes para fugir das fake news:

1) Não divulgar conteúdo de origem sensacionalista.

2) Não dar orientações que cabem a profissionais de saúde.

3) Priorizar a informação baseada em evidências científicas.

Por Dina Santos, especialmente para o LeiaJá Pará.

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Segundo o Aurélio, a corrupção é descrita como ação ou efeito de corromper. De longe, um dos piores males que afetam a sociedade, pois ela é capaz de refletir em todos os setores de qualquer país. Ela impõe custos significativos de longo prazo, através de seus efeitos sobre a fornecimento e a qualidade de serviços públicos essenciais. Dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes indicam que o dinheiro utilizado anualmente com a corrupção mundial, alimentaria oitenta vezes a população faminta. Propinas e roubos aumentam em 40% o custo de projetos para oferecer água potável e saneamento em todo o mundo.

Sabe-se que a corrupção é parte da natureza humana e sempre existiu em todos os tempos e culturas, tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento, afetando negativamente a efetividade das políticas públicas e o crescimento econômico do país. O que varia são as consequências – para o corrupto e para a sociedade em que ele vive.  

Segundo análise de 2012 do projeto da ONG Transparência Internacional, sobre o Índice de Percepção da Corrupção, que classifica os países e territórios com base em quão corrupto seu setor público é percebido, o Brasil ficou em 69º lugar empatado com a África do Sul e a Macedônia, dentre 176 países avaliados. A pontuação indica o nível de percepção da corrupção em uma escala de 0 – 100, onde 0 significa que o país é percebido como altamente corrupto e 100 é percebido como muito íntegro. O Brasil recebeu nota 43, e no topo deste ranking de países menos corruptos houve um empate técnico entre a Dinamarca, a Finlândia e a Nova Zelândia.

É preciso ressaltar que há uma correlação entre desigualdade e corrupção: as sociedades mais desiguais são as que mais apresentam corrupção e as sociedades que menos se queixam de corrupção tendem a ser mais igualitárias. A Dinamarca, com uma economia mista capitalista e um estado de bem-estar social possui o mais alto nível de igualdade de riqueza do mundo, sendo considerado em 2011, o país com menor índice de desigualdade social do mundo.

Já a Finlândia é um dos países desenvolvidos de primeiro mundo, bem colocado nas mais diversas comparações socioeconômicas internacionais, cuja população usufrui de um altíssimo nível de desenvolvimento humano. Ou seja, tudo isso leva o país a possuir alguns dos melhores índices de qualidade de vida, educação pública, transparência política, segurança pública, expectativa de vida, bem-estar social, liberdade econômica, prosperidade, acesso à saúde pública, paz, democracia e liberdade de imprensa do mundo. As cidades do país também estão entre as mais habitáveis do mundo, figurando entre as mais limpas, seguras e organizadas. 

Voltando a falar sobre a corrupção, especificamente no setor de educação, ela é capaz de limitar a acumulação de capital humano e, a longo prazo, afetar toda a estrutura de desenvolvimento da sociedade. O único meio conhecido de vencer defeitos e falhas humanas é a educação. Educar para que haja respeito; para que nos encaremos com igualdade, fraternidade e solidariedade. E a educação tem que ser um processo contínuo. Só vamos chegar a um resultado razoável em décadas de trabalho e esforço coletivo. 

Segundo Russell a base para tudo está na educação: "Os homens nascem ignorantes, não estúpidos. Eles se tornam estúpidos pela falta educação". Quando algo afeta a educação de uma nação tudo vem a desmoronar, pois o conhecimento nos liberta a pensar e então entrar em um debate sadio para avançar.

A educação é arma poderosa contra a corrupção. Só ela tem força de mudança, força de renovação. É indispensável haver investimentos sociais, mudar a realidade educacional existente, se queremos, de verdade, construir um País sério. Educação tem que ser prioridade; ela é a mola propulsora da cidadania. É um valor inestimável, que engrandece o homem como ser humano, como ser empreendedor da economia, como ser beneficiário e benfeitor da sociedade. 

Não dá para desassociar a educação da corrupção. Os dados do Índice de Percepção de Corrupção Mundial são claros em afirmar que os países com menores índices de educação e igualdade tendem a ter menores taxas de corrupção. Além disso, tudo o que é construído culturalmente e não é da condição humana, como a corrupção, pode ser desconstruído e essa é uma das missões mais importantes da educação.

Pelo menos 10 pessoas morreram em Cuba em consequência dos efeitos do furacão Irma, informaram nesta segunda-feira (11) fontes da Defesa Civil cubana. A maioria das vítimas morreu por causa do desabamento de edifícios, sete delas em Havana, ainda que o furacão também tenha provocado fortes inundações no litoral norte do país. A informação é da EFE.

Em uma mensagem dirigida à população, Raúl Castro apelou ao espírito "de resistência e vitória dos cubanos" após a passagem do devastador furacão, que causou "severos danos" ao país, segundo o comunicado, publicado no jornal oficial Gramma.

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Castro destacou que face ao fenômeno "sobressaiu a unidade dos cubanos, a solidariedade entre os moradores e a disciplina perante as orientações feitas pelo Estado Maior Nacional da Defesa Civil".
Na mensagem, Castro precisou que o "furacão afetou moradias, o sistema elétrico e a agricultura", e além disso atingiu alguns dos destinos "turísticos" da ilha, que “serão recuperados antes do início da alta temporada", em novembro.

"Foram dias duros para o nosso povo, que em poucas horas viu como o que foi construído com esforço foi golpeado por um devastador furacão", disse o presidente cubano.

O Irma castigou o litoral norte de Cuba como furacão categoria 4 durante a sexta-feira e o sábado, provocando graves inundações e obrigando a evacuação de cerca de 1,7 milhão de pessoas.

Da Agência EFE

O olho do Furacão Irma atingiu as ilhas Turks e Caicos - território britânico no Caribe na noite dessa quinta-feira (7). Os ventos continuam fortes de 180 km por hora, ainda na categoria cinco. 

Quatro das 14 vítimas confirmadas são das Ilhas Virgens americanas. As demais mortes foram registradas na ilha franco-holandesa St. Martin.

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Hoje (8), o Irma deve alcançar as Bahamas e depois Cuba. A previsão é que ele chegue ao sul da Flórida na madrugada de domingo (10), na categoria 5 ou baixar para a 4, ainda ventos fortes ventos.

As fortes tempestades devem começar a ser sentidas na região na noite de hoje. O governador da Flórida, Rick Scott, orientou a população para que esteja alerta e evacue as áreas com ordem de saída obrigatória.

As rodovias que deixam o sul do estado continuam congestionadas e há relatos sobre motoristas estão parados por falta de gasolina, por dificuldade de encontrar o combustível, escasso pela forte demanda e crise na produção causada pelo Furacão Harvey que assolou o Texas há uma semana, onde ficam as principais refinarias dos Estados Unidos.

Centenas de voos que chegariam a Miami, entre eles os procedentes do Brasil, foram cancelados. E o aeroporto poderá ser fechado hoje. Além da Flórida, Georgia e as Carolinas do Sul e do Norte decretaram estado de emergência. O Irma deve atingir a região costeira dos três estados na segunda-feira (11).

Enquanto a tempestade tropical Harvey se move em direção ao estado de Louisiana, nos Estados Unidos, a cidade de Houston no Texas e a costa Sul do estado continuam sob efeito de inundações e os prejuízos acumulados vão se tornando mais visíveis.

Consultorias apontam que o prejuízo econômico pode chegar a US$160 bilhões (o equivalente a R$ 503 bi) – o que representa o desastre natural mais caro da história do país. O governador do Estado, Greg Abbot, disse que o estado vai precisar de US$ 125 bilhões de recursos federais (R$ 393 bilhões) para reconstruir áreas atingidas e apoiar a população.

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A passagem do Harvey impactou toda a população local: empresas, infraestrutura, moradores e também o mercado nacional, já que a região abriga um importante polo petroquímico do país. O Texas tem a segunda maior economia dos Estados Unidos, só perde para a Califórnia. O Produto Interno Bruto (PIB) do estado no ano passado foi superior a US$1,6 trilhão (R$ 5 trilhões).

O efeito da tempestade é sentido na alta da gasolina : pelo menos seis grandes refinarias estão fechadas e por isso o combustível já está chegando mais caro a algumas regiões. Antes da passagem do Harley, o preço do galão de gasolina em Atlanta, na Geórgia, era de US$2,10 (por galão de 3,7 litros, cerca de R$ 6,60). Agora, o produto já pode ser encontrado a US$2,45 por galão (R$ 7,70).

As autoridades estão em alerta por causa das fábricas que sofreram descargas elétricas e apagões desde sexta-feira (25). Uma indústria química a noroeste de Houston registrou duas explosões hoje (31), mas a área continua sob alerta porque podem ocorrer novas explosões. Os moradores em um raio de dois quilômetros deixaram as casas.

Outro alerta é sobre os reservatórios de petróleo e gasolina. Há uma preocupação com vazamentos, já que esses tanques não foram projetados para estar em contato direto com a água. Existe um risco de que ocorram rupturas e que combustíveis alcancem as águas – hipótese que seria, segundo as autoridades, uma tragédia ambiental sem precedentes.

População atingida

Os custos para reconstruir a região vão ser sentidos especialmente para a população das áreas atingidas. Uma outra estimativa divulgada pela imprensa americana, feita por consultorias de risco, aponta que 80% dos moradores da região afetada não possuem seguro residencial. Mais de 40 mil casas foram destruídas, segundo o governo local.

E na área metropolitana de Houston, mais de 1,3 milhão de pessoas não possuem seguro saúde, de acordo com estimativas do censo. Além disso, 22,5% da população da cidade vive abaixo da linha da pobreza, de acordo com os números do censo estadual.

Já são 35 mortes confirmadas no Texas e ainda há centenas de desaparecidos, segundo o governo.  A Guarda Costeira recebe mais de mil chamadas por hora de pessoas que necessitam ser resgatadas. 

O Exército e voluntários também trabalham para ajudar as vítimas. A Cruz Vermelha recolhe sangue para levar aos feridos e entrega donativos nas áreas mais afetadas via helicóptero.

Até o momento, foram resgatadas dez mil pessoas pelas forças federais. Ao todo, 24 mil soldados das tropas da guarda nacional trabalham em operações de salvamento.

Políticos

Hoje (31) o vice-presidente Mike Pence viajou para o Texas. Na terça-feira (29), o presidente Donald Trump esteve no local acompanhado da primeira dama, Melanie Trump. Em um discurso improvisado na cidade de Corpus Christi, Trump elogiou o trabalho de todos os envolvidos e a logística de atenção às vítimas. 

O presidente norte-americano alfinetou seu antecessor Barack Obama, ao lembrar que "nessa tragédia não houve problemas de desabastecimento para as vítimas" e que ele também viajou rapidamente para o local.

Obama foi bastante criticado após a passagem do Furacão Katrina em Nova Orleans, Louisiana, em agosto de 2005. Na época, o então presidente e seu governo foram criticados pela imprensa por terem demorado alguns dias para viajar ao local e também porque faltou comida e água em alguns abrigos improvisados na ocasião.

Apesar de a visita de Donald Trump ter agradado ao eleitorado, ele tem recebido críticas de parte da imprensa, que o acusa de dar mais atenção às provocações da Coreia do Norte, no tema dos mísseis balísticos, do que ao problema interno e às dificuldades enfrentadas pelo Texas.

Suspensa desde novembro de 2016 pela Agência do Meio Ambiente (CPRH), a obra da Arena Porto, na praia de Porto de Galinhas, no município de Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco, recebeu liberação do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) para retomar a última parte da terraplanagem. 

Em nota, o TJPE informou que o pedido feito pela Luan Promoções e Eventos, responsável pela Arena, visava anular o auto de infração e a penalidade de embargo da CPRH. "A tutela de urgência foi concedida no sentido da suspensão do embargo para que seja unicamente finalizada a última etapa da terraplanagem já iniciada, com a colocação de brita no local restante", diz o comunicado do TJPE, acrescentando que a retomada da obra busca "evitar danos ao meio ambiente".

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Embora a presidência do TJPE entenda que “as obras estavam devidamente licenciadas pelo órgão ambiental competente do município de Ipojuca e que não houve supressão de vegetação protegida, quer seja restinga, manguezal ou mata atlântica”, postura também defendida pela empresa, permanece a recomendação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) de que a gestão municipal reconheça a nulidade de todas as autorizações concedidas para as obras da Arena Porto. 

De acordo com a promotora de Meio Ambiente do município, Bianca Stella Barroso, o embargo da continuação da obra continua até que seja definido o tipo de vegetação da área e se o impacto é local ou regional. Para ela, os estudos de impacto ambiental são insuficientes. “Se não houver o acatamento de ambas as partes (prefeitura e Luan Promoções), irei judicializar o caso”, assegurou. Uma reunião deverá ocorrer no próximo dia 8 de junho.

A Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) tem até o próximo dia 29 para se pronunciar. Já a empresa tem direito à réplica até 8 de junho.

Garantir uma vida com dignidade. Esse é o princípio dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU) e que devem ser implementados por todos os países do mundo até 2030.

Foram 150 países reunidos para definir um acordo que contempla 17 Objetivos e 169 metas, envolvendo temáticas diversificadas, como erradicação da pobreza, segurança alimentar e agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento, padrões sustentáveis de produção e de consumo, mudança do clima, cidades sustentáveis, proteção e uso sustentável dos oceanos e dos ecossistemas terrestres, crescimento econômico inclusivo, infraestrutura e industrialização, governança, e meios de implementação.

Importante ressaltar que o ODS se aplica a todos os Estados-membros das Nações Unidas, ou seja, isso reflete o reconhecimento e consciência de que todos os países – desenvolvidos e em desenvolvimento – têm desafios a superar quando se trata de promover o desenvolvimento sustentável na esfera social, econômica e ambiental.

Também chamado de Agenda 30, o plano não se limita apenas a propor os objetivos, mas trata dos meios de implementação e acompanhamento da concretização desses objetivos e metas. Esse debate engloba questões de alcance sistêmico, como financiamento para o desenvolvimento, transferência de tecnologia, capacitação técnica e comércio internacional. Da mesma forma, o acompanhamento direto da ONU irá proporcionar aos países relatar êxitos e desafios, tornando-a capaz de ajudá-los a traçar estratégias para alcançar o desenvolvimento sustentável.

O impacto da Agenda 30 pode ser imenso tanto para as nações quanto para as empresas, pois ela deve influenciar os tomadores de decisão, sejam eles das esferas de políticas públicas, governamentais ou do setor privado. Em termos mais pragmáticos, a Agenda 2030 muda a noção de progresso e desenvolvimento de todos.

O exemplo mais simples para entendermos isto é que já citei em textos anteriores que precisávamos buscar novas fontes de energia. Hoje, já não é mais aceitável que se construam grandes hidrelétricas, sob o custo altíssimo de deslocar populações ou de ter perdas significativas de florestas e de biodiversidade. É preciso pensar em soluções que beneficiem tanto a produção de energia como a possibilidade das pessoas permanecerem em suas localidades. É preciso uma formulação de políticas energéticas. Há que se pensar em fontes alternativas de energia como a solar e a eólica.

No Brasil, foi criada uma Força Tarefa do Sistema ONU sobre a Agenda 30, com a participação de 18 agências da ONU. Para a adequação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável à realidade brasileira, foi criado o Grupo de Trabalho Interministerial, reunindo os Ministérios e órgãos da administração pública federal que já trabalharam subsidiando a posição brasileira nas negociações da elaboração dos ODS.

Por aqui, já avançamos em alguns dos objetivos. Na erradicação da pobreza e da fome, por exemplo, o País reduziu de 25,5% para 3,5% o número de brasileiros em situação de pobreza extrema. Também está entre as metas reduzir, em 43%, as emissões de gases de efeito estufa e acabar com desmatamento ilegal até 2030.

Ainda estamos longe de alcançar todos os objetivos, tanto no Brasil quanto no restante do mundo. Entretanto, a Agenda 30 traz a esperança e a oportunidade para que a nova geração, que descobre todos os dias novas tecnologias e possibilidades, faça o que é preciso fazer para acabar com a pobreza. As novas gerações podem transformar vidas e, ao mesmo, encontrar formas de proteger o planeta.

Um pedido de vista do ministro Raimundo Carreiro, do Tribunal de Contas da União (TCU), suspendeu por mais de cinco anos o julgamento de um processo de impacto bilionário nas contas federais. A demora em apreciar o caso permitiu que o governo do Distrito Federal se apropriasse de R$ 370 milhões anuais - dinheiro que, conforme relatórios da corte, deveria ter sido arrecadado pela União. A situação, sustenta um dos ministros da corte, favoreceu uma farra de reajustes na administração de Brasília.

Ao avaliar recursos do governo federal a uma decisão de 2009, a área técnica do TCU e o relator do processo, ministro Walton Alencar, entenderam em 2011 que o DF não podia recolher para si as contribuições previdenciárias de policiais civis, militares e bombeiros, cuja folha de ativos e inativos é bancada pela União.

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Os pareceres sobre o assunto foram levados ao plenário em 20 de abril daquele ano, quando Carreiro interrompeu a análise com o pedido de vista. Ele só devolveu o caso para apreciação do colegiado no mês passado.

Durante o período de vista de Carreiro, processo permaneceu longos períodos sem movimentação, como entre setembro de 2011 e agosto de 2013; e daquele mês até maio último. Procurado pela reportagem, o ministro não deu justificativa para ter ficado tanto tempo com o caso. A assessoria de imprensa do tribunal informou nesta terça-feira, 21, que ele estava viajando.

O longo prazo de vista permitiu que o DF continuasse arrecadando os recursos que, no entendimento dos auditores e do relator, são da União. No voto a ser reapresentado ao plenário, Walton Alencar registra que a demora no julgamento se deve a Carreiro e sugere que a situação favoreceu a "gastança desmedida" do governo de Brasília.

"Exatamente no período de 2011 a 2014, o governo do DF, por atos do governador anterior (Agnelo Queiroz, do PT), promoveu reajustamentos acumulados de até 81,4%, beneficiando praticamente todas as carreiras do ente distrital, chegando ao ápice culminante de diminuir a carga horária das enfermeiras, numa gastança desmedida que está agora a causar déficit inaudito de pessoal na área de saúde", critica.

De acordo com o ministro, o suposto recolhimento indevido representa débito do DF com a União. "A cada mês que o presente processo não é julgado pelo TCU, a essa dívida acrescem-se algumas dezenas de milhões de reais", afirma Walton.

Conforme o Regimento Interno do TCU, qualquer ministro tem o direito a pedir vista para estudar melhor o processo, cabendo a ele devolver o caso para julgamento "preferencialmente" em quatro sessões (quatro semanas, em geral). Na prática, no entanto, não há prazo para a devolução, pois a norma faz apenas uma recomendação.

Walton sugere que os demais ministros o acompanhem em seu voto e determinem que o Ministério da Fazenda passe a recolher as contribuições previdenciárias.

O TCU não explicou por qual razão o caso foi novamente retirado de pauta. O governo do DF informou crer que o tribunal não acolherá os recursos da União, mantendo o entendimento de que a forma de recolhimento atual é correta. Acrescentou ainda que, se tiver de devolver os recursos, haverá um "colapso" nas contas de Brasília. Agnelo Queiroz não foi localizado pela reportagem.

A chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu a um painel de especialistas para analisarem se os Jogos Olímpicos do Rio, que acontecerão em agosto, devem ser realizados conforme o programado, devido a preocupações de que o evento poderia facilitar a propagação do vírus da zika.

A OMS enviou equipes de cientistas seniores para o Brasil quatro vezes "para reunir dados de primeira mão sobre a situação atual e avaliar o nível de risco para o grande número de atletas e espectadores esperados para os Jogos Olímpicos de Verão", escreveu a diretora-geral da organização, Margaret Chan, em uma carta datada em 1º de junho.

A carta era uma resposta de Chan a um pedido da senadora americana Jeanne Shaheen para que fossem avaliados os riscos para a saúde pública da realização dos Jogos em agosto.

Shaheen publicou a carta de Chan na internet na sexta-feira.

"Dado o nível atual de preocupação internacional, eu decidi pedir aos membros do Comitê de Emergência da Zika para examinarem os riscos de se realizar os Jogos Olímpicos de Verão tal como estão programados atualmente", disse Chan.

A chefe da OMS disse que os especialistas devem se reunir "em breve", e prometeu publicar suas recomendações online "imediatamente".

"Os Jogos Olímpicos atraem atletas e espectadores de todos os cantos do globo e é importante que entendamos as implicações na saúde global", disse Shaheen em um comunicado depois de receber a carta de Chan.

Especialistas associam o zika vírus ao surto de casos de microcefalia na América Latina - uma malformação grave em que os bebês nascem com o perímetro cerebral abaixo da média, o que prejudica seu desenvolvimento.

O Brasil é um dos países mais atingidos, com 1.489 casos confirmados de microcefalia desde outubro passado, de acordo com dados mais recentes do Ministério da Saúde.

O zika vírus também foi associado à síndrome de Guillain-Barré, um transtorno neurológico que causa paralisia e pode levar à morte.

A OMS já havia rejeitado um pedido de mais de 200 médicos internacionais para mudar a data ou o local dos Jogos do Rio, afirmando que isso não alteraria substancialmente os riscos de que o zika se propague globalmente.

A agência da ONU tem recomendado que as mulheres em regiões com maior presença do zika adiem planos de engravidar, e que as mulheres que têm relações sexuais sem preservativos e não desejam engravidar tenham "pronto acesso a serviços de contracepção de emergência e aconselhamento".

O Ministério Público Federal (MPF) e a Procuradoria Geral do Estado do Pará (PGE) apresentaram pedido à Justiça Federal para que anule a decisão do Comitê de Compensação Ambiental Federal que destinou ao Estado do Mato Grosso 72% dos recursos de compensação pelos impactos da usina de Belo Monte. A decisão é de julho de 2014 e destinou, no total, R$ 92 milhões para o Parque Nacional do Juruena, enquanto que as unidades de conservação na bacia do Xingu, local dos impactos da obra, totalizaram R$ 34 milhões. 

“A decisão chama a atenção pela desproporcionalidade de aplicação do recurso. 72,83% do total do recurso definido para pagamento de compensação pela instalação do empreendimento está sendo destinado para uma única unidade de conservação localizada no estado do Mato Grosso, a uma distância linear de simplesmente 814 km de onde ocorrerá o impacto direto (ou seja sem qualquer influência) e apenas 27,17% do recurso será destinado a unidades de conservação localizadas no estado do Pará, onde se está instalando o empreendimento e os impactos não mitigáveis são brutalmente sentidos”, diz a ação, ajuizada nesta terça-feira (5) e assinada pela procuradora da República Thais Santi e pela procuradora do Estado do Pará Cristina Magrin Madalena. 

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A ação pede a suspensão urgente da compensação ao Parque Nacional do Juruena. Caso já tenha sido feito o pagamento da compensação, pede que os valores sejam depositados em juízo até decisão posterior. MPF e PGE pedem ainda que os réus, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Norte Energia, sejam obrigados a elaborar um novo plano para destinação dos recursos.

O novo plano, diz a ação, “deverá, em respeito às normas legais aplicáveis e ao princípio da razoabilidade, priorizar a região impactada pela hidrelétrica e a bacia hidrográfica do rio Xingu”. A bacia do Xingu tem 11 unidades de conservação diretamente afetadas pelas obras de Belo Monte e muitas delas em condição crítica por falta de recursos. O governo do Pará tentou interferir na decisão do comitê de compensação, mas teve o pedido de participar das reuniões negado pela Coordenação de Compensação Ambiental Federal do Ibama, que coordena o comitê. 

“Esse desvio na destinação dos recursos da compensação ambiental é reflexo da invisibilidade dos grupos ribeirinhos que habitam os rios da região no processo de licenciamento ambiental e é resultado da omissão do ICMbio em reconhecer que as Unidades de Conservação do médio Xingu são impactadas por Belo Monte”, diz a procuradora Thais Santi. A ação foi proposta na Justiça Federal de Altamira.

As informações são do MPF.

O aquecimento climático pode causar mais de meio milhão de mortos suplementares no mundo em 2050 como consequência das mudanças na alimentação e do peso das populações, pela redução da produtividade agrícola - aponta um estudo publicado nesta quinta-feira.

Segundo a revista The Lancet, a pesquisa é a primeira a avaliar o impacto do aquecimento global no regime alimentar e o peso das pessoas, e que estima o número de mortes geradas em 2050 em 155 países.

Até agora, "várias pesquisas foram centradas na segurança alimentar, mas poucas tiveram como foco os efeitos mais amplos da produção agrícola em matéria de saúde", apontou Marco Springmann, da Universidade de Oxford (Reino Unido), que dirigiu o estudo, em comunicado.

O aquecimento global se traduz sobretudo por fenômenos meteorológicos extremos como chuvas torrenciais ou secas, com efeitos devastadores nas produções agrícolas.

Se não forem tomadas medidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o aquecimento global pode reduzir "cerca de um terço" a melhoria prevista da quantidade de alimentos disponíveis de hoje a 2050, dizem os cientistas.

Individualmente, isso acarretaria uma diminuição média de 3,2% da quantidade de alimentos disponíveis, de 4% do consumo de frutas e verduras e de 0,7% de carne vermelha com relação a 2010, estimam os especialistas.

"Estas mudanças poderiam causar cerca de 529.000 mortos suplementares em 2050", estimam.

Sem mudança climática, o aumento do volume de alimentos disponíveis e do consumo pode impedir 1,9 milhões de mortes.

"Nosso estudo mostra que inclusive reduções modestas da quantidade de comida disponível por pessoa poderiam conduzir a mudanças no conteúdo energético e na composição dos regimes alimentares, e mostra também que estas mudanças terão consequências importantes para a saúde", ressaltou Springmann.

Os países mais afetados seriam aqueles de baixa e média renda, principalmente na região do Pacífico ocidental (264.000 mortos) e do Sudeste da Ásia (164.000).

Cerca de três quartos das mortes ocorreria na China (248.000) e Índia (136.000).

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