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Aprovado nesta quarta-feira pelo Senado para ocupar a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-ministro da Justiça André Mendonça visitou o Palácio do Planalto na manhã desta quinta-feira (2) e disse esperar tomar posse na Corte ainda em 2021. "Falei com presidente do Supremo, Luiz Fux e a expectativa é esse ano ainda", declarou o futuro ministro a jornalistas, sem, no entanto, precisar o dia da solenidade de posse. "Ainda não tem data, que eu saiba".

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De acordo com Mendonça, ele foi ao Palácio "dar um abraço" no presidente Jair Bolsonaro. O chefe do Executivo, no entanto, viajou mais cedo para o Rio de Janeiro, onde participará de mais uma formatura de sargentos. "Ah, ele está no Rio? Então, vou falar com Pedro e com Célio", afirmou o ex-ministro depois de ser informado por jornalistas sobre a ausência do presidente. Pedro Marques de Sousa e Célio Faria Júnior são assessores do chefe do Executivo.

Alçado à mais alta Corte do País por 47 a 32 votos no Senado, após quatro meses no aguardo da sabatina, Mendonça também revelou na chegada ao Planalto ter conversado por telefone com Bolsonaro ainda ontem. "Ele estava muito feliz", declarou o ex-Advogado-Geral da União. "Sabia que ia ser difícil, mas que íamos vencer", completou Mendonça sobre as expectativas pela apreciação de seu nome pelo Congresso.

'Terrivelmente evangélico'

Após a aprovação de seu ex-ministro e aliado, Bolsonaro foi às redes sociais ontem dizer que o compromisso do governo de levar um "terrivelmente evangélico" ao Supremo foi alcançado. Durante a sabatina nesta quarta-feira, Mendonça garantiu que, no STF, atuará à luz da Constituição, apesar de seus princípios religiosos. Ele é presbiteriano. No entanto, após a votação, o novo ministro da cúpula do Judiciário afirmou que sua posse é um salto para os evangélicos no País.

A mãe Carolaine Vilela, moradora da cidade de Planalto, no interior de São Paulo, denunciou o vereador Gercimar Maximiliano de Mattos (Solidariedade), conhecido como "Gerson do Bar", por injúria racial contra a sua filha de apenas dois anos. De acordo com o depoimento concedido à TV Tem, o parlamentar teria enviado mensagens ofensivas sobre a criança, que é negra. Vilena diz ter ficado em choque e despedaçada com a situação. Segundo a mãe, uma foto da filha do vereador com a sua filha foi postada em uma rede social e desagradou o suspeito.

“Não tive reação na hora. Fiquei em choque. Continuei respondendo, e ele fez mais ofensas contra a menina. Isso me despedaçou. Por mais que minha filha seja negra, eu não esperava que isso aconteceria agora. Vai acontecer um dia, mas não estava esperando. Foi muito cruel. Ela não consegue se defender. É uma criança”, afirmou Carolaine.

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A mulher contou que publicou uma foto da filha ao lado da filha do vereador, já que é amiga da ex-mulher dele. Após a publicação, Gercimar teria escrito ofensas. Em um dos prints da conversa pelo WhatsApp, é possível ver os insultos contra a criança: "Eu não quero essa sua pretinha feia e fedida com a minha filha".

Prints das mensagens. Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Carolaine alega que, após divulgar o caso nas redes sociais, começou a ser ameaçada. Por conta disso, precisou mudar de endereço e a filha parou de frequentar a creche.

“Vou sozinha para o serviço, mas meus patrões precisam me trazer por conta do medo. Não consigo me sentir segura, porque tenho certeza da impunidade. Eu gostaria que isso não ficasse impune. Não vou deixar ficar impune. O que ele fez com a minha filha não se faz com ninguém. Chorei tanto na semana que aconteceu”, disse a mãe.

Versão do vereador

O vereador afirma que nunca falou com Carolaine e nega que tenha enviado as mensagens ofensivas. Ele também diz que não fez ameaça nenhuma.

“Jamais, nunca na vida, eu teria coragem de ofender um adulto dessa forma, que dirá uma criança”, conta o vereador. A Polícia Civil de São José do Rio Preto (SP) instaurou inquérito para investigar se o parlamentar cometeu crime de injúria racial. Carolaine já prestou depoimento.

Servidores do Palácio do Planalto têm orientado ministérios a avaliar o “risco político” do cumprimento da Lei de Acesso à Informação (LAI). É o que revelam documentos obtidos pelo jornal Estado de São Paulo, publicados neste sábado (18). Sancionada pela presidente Dilma Rousseff (PT) em 2011, a norma tornou-se referência mundial de transparência.

De acordo com a matéria, no dia 15 de junho, Danillo Assis da Silva Lima, assessor da Secretaria de Governo, editou uma resposta do Ministério da Saúde a um pedido do jornal, na qual deixa clara sua preocupação com as consequências das informações concedidas. “Acho que não seria o caso de exemplificar, pois se informar um ofício deverá informar todos (avaliar se os ofícios oferecem algum risco político)”, escreveu Danillo, que é lotado no Departamento de Coordenação Técnica da Secretaria-Executiva.

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Os parênteses fazem parte do comentário de revisão do funcionário e, aparentemente, foram deixados por engano na resposta. O material passou ainda pela análise do superior de Danillo, o então secretário-executivo adjunto da Secretaria de Governo, Henrique Marques Vieira Pinto, que determinou que o nome do deputado Domingos Neto (PSD-CE), relator do Orçamento, fosse apagado.

Segundo a orientação, o texto deveria indicar apenas que o parlamentar enviou “sugestões de atendimento” de repasse de verbas, no lugar de “indicações”. Na ocasião, o jornal havia questionado quais deputados e senadores solicitaram e obtiveram no Ministério da Saúde repasses com emendas do relator-geral, prática conhecida como esquema do orçamento secreto, criada pelo governo Bolsonaro para angariar apoio político.

Após a intervenção da Secretaria de Governo, o Ministério da Saúde deixou de compartilhar documentos que possuía. A resposta final da pasta só cita a existência de três ofícios relacionados ao pedido, dando a entender que aquelas eram as únicas informações disponíveis.

Posteriormente, o jornal conseguiu comprovar que a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) recebeu mais de 12 ofícios encaminhados por deputados e senadores que solicitaram a aplicação dessas emendas. A confirmação veio através do acesso a parte dos documentos repassados pelo governo ao Tribunal de Contas da União, após solicitação do ministro Walton Alencar Rodrigues, relator da análise das contas da Presidência da República em 2020.

 O Palácio do Planalto protocolou junto ao Senado, na tarde desta sexta-feira (20), um pedido de impeachment contra Alexandre Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento foi protocolado por uma auxiliar do presidente Jair Bolsonaro, já que o mandatário se encontra em São Paulo, onde visita familiares. Por sua vez, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, viajou para Minas Gerais, onde passará o final de semana.

Ainda hoje, Moraes proibiu o cantor Sérgio Reis e outros oito investigados pela Polícia Federal de se aproximarem da Praça dos Três Poderes, em Brasília, bem como dos ministros do STF e de senadores. Com a medida, o magistrado atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que investiga casos de incitação a atos violentos e ameaças contra a democracia.

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No dia 14 deste mês, o presidente voltou a atacar o STF depois da prisão do aliado Roberto Jefferson (PTB), por ordem de Alexandre Moraes. 

Na semana passada, Bolsonaro tinha afirmado por meio de suas redes sociais que entraria com pedidos de impeachment contra os ministros Alexandre de Moraes e Roberto Barroso. Por enquanto, apenas o pedido contra Moraes, que incluiu o presidente no inquérito das fake news, foi feito.

Segundo a CNN, no documento, Bolsonaro diz que "não se pode tolerar medidas e decisões excepcionais de um ministro do Supremo Tribunal Federal que, a pretexto de proteger o direito, vem ruindo com os pilares do Estado Democrático de Direito. Ele prometeu a essa Casa e ao povo brasileiro proteger as liberdades individuais, mas vem, na prática, censurando jornalistas e cometendo abusos contra o presidente da República e contra cidadãos que vêm tendo seus bens apreendidos e suas liberdades de expressão e de pensamento tolhidas."

*Com Jameson Ramos 

O governo Jair Bolsonaro (sem partido) vai pagar US$ 2 a mais que governos estaduais por cada dose adquirida da vacina Sputnik. Esse encarecimento acontece porque o Planalto escolheu a União Química para ser a intermediária do negócio.

A informação foi divulfada pelo The Intercept Brasil. Segundo o site, a farmacêutica, que tem sede no Distrito Federal, pertence a um empresário que fez doações ao PSD, tem um ex-deputado do Centrão como diretor e conta com o lobby do deputado Ricardo Barros (PP), líder de Bolsonaro na Câmara.

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Foram 10 milhões de doses contratadas pelo Ministério da Saúde, cada uma custando US$ 11,95. Os governos estaduais, que fizeram o contato diretamente com a empresa russa responsável pela vacina, devem pagar US$ 9,95. 

O The Intercept afirma que o contrato, que deve custar R$ 693,6 milhões ao governo, foi assinado entre o então diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, e a União Química no dia 12 de março - Eduardo Pazuello ainda chefiava a pasta.

Além disso, Bolsonaro sancionou uma lei no dia 10 de março, dois dias antes do contrato, permitindo a importação direta de vacinas contra a Covid-19, o que possibilitou que governos estaduais pudessem fazer acordos diretos pela vacina com a Rússia.

Ex-líder do governo na Câmara, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) disse nesta quinta-feira (1º) que o procurador-geral da República, Augusto Aras, é um capacho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que faz interferências em diferentes setores para criar uma "blindagem". A parlamentar também diz que, a partir dessa movimentação, o presidente paga um "aluguel caríssimo" para se manter no poder. As declarações foram feitas em entrevista ao UOL, na qual a deputada também comentou a sua participação no "superpedido" de impeachment nessa quarta (30), junto ao centrão e à esquerda.

“Por que as coisas não explodem? Porque o Bolsonaro aparelhou tudo. Ele colocou um PGR que é um capacho dele. Ele está blindado. No Supremo [Tribunal Federal], ele deu uma ajeitada em parte. Na polícia federal ele interferiu, fez uma intervenção direta que gerou a saída do Moro. Então, ele pegou o estado brasileiro e criou instituições para chamar de suas. O que é algo absolutamente grave. Essa blindagem e dinheiro que ele jorra dentro do Congresso e jorra debaixo do nariz de todo mundo, para senador e para deputado é o que mantém o presidente hoje no poder. Ele paga aluguel e um aluguel caríssimo para se manter dentro do poder”, afirma a ex-bolsonarista.

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Joice Hasselmann comentou a transição do governo e sua permanência como governista até a aprovação da reforma da previdência. Segundo a oposicionista, muitas pessoas de dentro do governo viram as bandeiras base sendo retiradas, em principal a bandeira anticorrupção, grande mote da campanha de Jair Bolsonaro que o levou à vitória em 2018.

“Eu saí com o barco lá em cima, mas tem gente que vai sair com o barco afundando. Aquelas promessas todas eram mentiras e a corrupção era latente, está latente dentro do governo. O escândalo da vacina vai dar cadeia e também para gente ligada diretamente ao Palácio do Planalto. O atual presidente tem a mania de colocar sempre o problema em alguém. A culpa é sempre de alguém, nunca dele. Ele treina o cachorro para morder, adestra e manda o cachorro morder, mas daí ele diz: ‘não, a culpa é do cachorro’. Mas o dono do cachorro também tem culpa. O Bolsonaro é o dono do esquema, e o Flávio é o sócio”, continuou a deputada.

Após relatar Bolsonaro como mandatário e seu filho como sócio de esquemas supostamente ilegais, Joice diz não achar normal o alto custo de vida de Flávio Bolsonaro, insinuando que o benefício próprio através do dinheiro público é algo “escancarado” pela família.

"Eu percebi que figuras do autoexecutivo do meu partido fazem negócio com Flávio Bolsonaro. Ai o cabra [Flávio] compra uma casa de R$ 6 milhões em Brasília. E, veja, ele não compra uma casa de R$ 6 milhões usando o salário de senador. Eu sei quanto ganha um senador e um deputado. Agora você soma: duas filhas na escola, mulher, soma tudo que você tem de despesa e ele vive muito bem e você vai ver que não sobrou um centavo e está faltando dinheiro. Eles não escondem. É debaixo do nariz de todo mundo. Está na cara que é esquema e que é roubo", afirmou.

Segundo Joice, ela sempre soube que o presidente era um "tosco", mas acreditava que ele fosse honesto e por isso prestou apoio ao mandatário anteriormente como líder do governo na Câmara entre fevereiro e outubro de 2019. A parlamentar ainda disse que Bolsonaro é "ladrão", assim como o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT).

"Eu sempre soube que o Bolsonaro era tosco. Burrão mesmo. Eu dizia isso para ele. Eu acreditava que ele fosse honesto. Um burro honesto, um estúpido honesto você resolve com pessoas qualificadas em volta. Sempre foi um ogro, mas que se apresentava como um ogro honesto. Quando eu vi que ele era desonesto, ai acabou. Eu não tinha onde me agarrar mais. Como é que eu vou me agarrar? O 'cabra' é grosso, mal-educado, machista, cavalo mesmo, ele não respeita os outros, mas é desonesto, é ladrão. Mas ele não roubou como o Lula? Amigo, roubar é roubar”, concluiu.

Eleições de 2022

A parlamentar discorda da narrativa de que Bolsonaro representa a direita. Joice ainda aproveitou para explicar porque estava ontem (30) ao lado de petistas e partidos de esquerda durante a entrega do "superpedido" de impeachment de Bolsonaro. Segundo ela, o encontro aconteceu única e exclusivamente porque concorda, assim como os outros partidos, com a saída do mandatário do poder. "Eu sou contra o Lula, vou continuar sendo contra o Lula. Eu sou nem-nem. Nem lula, nem Bolsonaro.".

Joice apontou a necessidade de a direita se organizar para poder concorrer nas eleições presidenciais de 2022. "E a direita precisa se organizar e entender que existe uma direita estúpida, radical, burra, extrema. Tudo que é extremo é burro, do mesmo jeito que a extrema-esquerda é burra porque coloca ideologias acima de qualquer coisa. O que nós temos que fazer é organizar essa direita centrada, que consiga pegar pessoas que realmente queiram o combate à corrupção e pessoas da direita até o centro-esquerda [para concorrer nas eleições]”.

A Polícia Federal (PF) identificou que, entre a rede de contas falsas derrubadas pelo Facebook em junho do ano passado, está um perfil operado de endereços ligados ao presidente Jair Bolsonaro: no Palácio do Planalto, sede oficial do governo, e na casa da família na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

A conclusão consta em relatórios produzidos durante as investigações do chamado inquérito dos atos antidemocráticos - aberto em abril do ano passado para investigar a organização de manifestações defendendo a volta da ditadura militar, intervenção das Forças Armadas e atacando instituições democráticas que marcaram as comemorações pelo Dia do Exército em diferentes cidades do País.

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Uma das hipóteses de investigação tocadas pela Polícia Federal no inquérito mirou no uso de redes sociais e a identificação de contas declaradas inautênticas pelo Facebook. Os investigadores usaram como base um relatório produzido pela Atlantic Council, que faz análises independentes sobre a remoções de perfis da rede social por "comportamento inautêntico coordenado".

O trabalho foi feito em etapas. Primeiro, a PF analisou o relatório e identificou 80 contas consideradas inautênticas responsáveis pela difusão de informações antidemocráticas. Na sequência, operadoras de internet foram intimadas a compartilhar os números de IP (espécie de "RG" atribuído a cada computador ou celular conectado à internet) dos terminais usados para operar esses perfis e os dados usados nos cadastros desses IPs, incluindo localização de acesso.

A conclusão foi a de que ao menos 1.045 acessos partiram de órgãos públicos, incluindo a Presidência da República, a Câmara dos Deputados, o Senado e o Comando da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea do Exército. É justamente nesta lista que constam acessos a partir da rede de Wi-Fi do Palácio do Planalto e da casa dos Bolsonaro no Rio de Janeiro.

A Polícia Federal identificou que, nos endereços ligados a Bolsonaro, foram acessadas a conta de Instagram Bolsonaro News e o perfil pessoal no Facebook de Tércio Arnaud Thomaz, assessor do presidente apontado como integrante do chamado "gabinete do ódio", revelado pelo Estadão. Na casa de Bolsonaro, os acessos foram feitos em novembro de 2018. Já na rede da Presidência, foram mais de 100 acessos só ao perfil Bolsonaro News entre novembro de 2018 e maio de 2019.

No relatório da Atlantic Council, a Bolsonaro News é descrita como uma página que usa memes para atacar ex-aliados de Bolsonaro. "Tática do suposto Gabinete do Ódio", afirma a consultoria. "Esse comportamento persistiu durante a campanha de 2018 e continuou depois que Bolsonaro assumiu o cargo. Muitas dessas postagens foram publicadas durante o horário de trabalho, o que pode ser uma indicação de que Tércio Arnaud Thomaz estava postando neste site - que não está oficialmente conectado à Presidência - durante o horário oficial do gabinete", diz outro trecho do relatório.

Segundo a PF, o Facebook apontou que a derrubada desta e de outras contas usou com base a seguinte tipologia estabelecida pela empresa: "operações executadas por um governo para atingir seus próprios cidadãos. Isso pode ser particularmente preocupante quando combinam técnicas enganosas com o poder de um Estado".

Um dia depois de receber um "sinal amarelo" do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), pela forma como conduz o enfrentamento da pandemia no País, o presidente Jair Bolsonaro recebeu o deputado para uma conversa no Palácio do Planalto. Após o encontro, Bolsonaro afirmou ter "zero problema" com o aliado, que ajudou a eleger ao comando da casa legislativa.

"Conversei com o Lira e não tem problema nenhum entre nós. Zero problema", disse Bolsonaro. "Nunca teve nada errado entre nós. Sou velho amigo de Parlamento. Torci por ele e o governo continua tudo normal", reforçou.

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O discurso dúbio de Bolsonaro - que pede união para enfrentar o vírus, mas ao mesmo tempo promove embates com governadores e defende medicamentos sem eficácia - levou o presidente da Câmara a fazer nesta quarta-feira, 24, um alerta ao Palácio do Planalto. Lira disse que o Legislativo não tolerará novos erros por parte do Poder Executivo no enfrentamento da pandemia da covid-19.

"Estou apertando hoje um sinal amarelo para quem quiser enxergar: não vamos continuar aqui votando e seguindo um protocolo legislativo com o compromisso de não errar com o País se, fora daqui, erros primários, erros desnecessários, erros inúteis, erros que são muito menores do que os acertos cometidos continuarem a ser praticados", disse o deputado na tribuna da Câmara.

A declaração ocorreu horas depois de Lira participar de uma reunião com Bolsonaro e diversos ministros do governo para tratar do combate à covid-19. Também participaram o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux. Como revelou o Estadão, foi a última tentativa do grupo de convencer o presidente da República a mudar a postura negacionista que prejudica as ações de combate à covid-19.

No encontro, realizado no dia em que o Brasil atingiu a marca de 300 mil mortes pela doença, foi definida a criação de um comitê para coordenar ações de combate à covid-19. Questionado desde ontem, porém, o Palácio do Planalto não informou como atuará nem quem fará parte do grupo.

Ao fim da reunião desta quinta-feira no Planalto, Bolsonaro desceu para acompanhar Lira pessoalmente até o carro e falou rapidamente com jornalistas. Segundo o presidente, durante a conversa, vários assuntos foram abordados, entre eles o combate à pandemia. "O que nós queremos, juntos, é buscar maneiras de contratar mais vacinas. É, na ponta da linha, fazer com que cheguem informações de que vacinas estão sendo aplicadas. É isso que queremos", disse Bolsonaro. O presidente da Câmara saiu do encontro sem dar declarações.

Alemanha

Mais cedo, ao conversar com apoiadores no Palácio da Alvorada, Bolsonaro distorceu uma declaração da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, para se opor a medidas de isolamento social adotadas nos Estados como forma de conter a propagação do vírus. O presidente disse que Merkel cancelou um "lockdown" que haveria no país europeu por entender que as restrições são muito mais graves para a economia.

"Ia ter o lockdown rigoroso lá e ela cancelou e pediu desculpas. Ela falou lá, segundo a imprensa, que os efeitos de fechar tudo é muito mais grave que os efeitos do vírus. Palavras dela", afirmou o presidente.

Apesar do que disse Bolsonaro, não foi o que a chanceler declarou. Conforme relato da rede alemã Deutsche Welle de rádio e TV, a suspensão das medidas restritivas aconteceu por não terem sido planejadas com antecedência e em razão do curto período para adotá-las. "A ideia (do lockdown) foi um erro. Havia boas razões para optar por ela, mas ela não pode ser implementada suficientemente bem nesse curto período de tempo", disse Merkel, segundo a rede. "Esse erro é somente meu", ressaltou a chanceler alemã. "Lamento profundamente e peço desculpas a todos os cidadãos."

Diferentemente do que disse Bolsonaro, a Alemanha foi um dos primeiros países na Europa a adotar restrições de circulação no ano passado, mas flexibilizou as medidas após os números da doença desacelerarem. No fim do ano, porém, Merkel chegou a adotar ações mais rígidas para evitar aglomerações durante as férias de verão e as festas.

Bolsonaro é crítico a medidas de isolamento social adotadas no Brasil, por decisão de prefeitos e governadores, sem uma estratégia nacional. O presidente chegou a acionar o Supremo Tribunal Federal para derrubar o toque de recolher determinado na Bahia, no Rio Grande do Sul e no Distrito Federal, mas teve o pedido negado.

Mourão

Na mesma linha de Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta quinta-feira, 25, não ver condições para um lockdown nacional. Segundo ele, a medida, discutida várias vezes, seria "impossível" de ser implementada em um País desigual como o Brasil. "Vai ficar só no papel. Julgo que medidas restritivas têm que ficar a cargo de governadores e prefeitos; cada um sabe como está a situação na sua área. E o governo federal tem de dar o apoio necessário, não no caso dessas medidas, mas em termos de recursos financeiros", completou ao chegar no Palácio do Planalto. Ele não participou do encontro com Lira.

Segundo Mourão, o número de mortes pela covid-19 no País "ultrapassou o limite do bom senso" e o governo trabalha, neste momento, para reduzir o número de casos. "Tem um novo ministro da Saúde, que assumiu o comando ontem, e agora vamos enfrentar o que está aí e tentar de todas as formas diminuir a quantidade de gente contaminada e, obviamente, o número de óbitos, que já ultrapassou o limite do bom senso", disse o vice-presidente.

Após primeira aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) Emergencial no Senado, na noite dessa quarta-feira (3), o presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), senador Humberto Costa (PT), acusa o Governo Bolsonaro de usar a renovação do auxílio emergencial para chantagear parlamentares em outras aprovações. O texto-base foi aprovado por 62 votos favoráveis contra 16 contrários.

Antes de enviá-lo para a segunda aprovação na Câmara dos Deputados, o Senado ainda pode analisar eventuais alterações referentes ao corte de despesas do Bolsa Família e na possível desfiguração do teto de gastos.

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Segundo Humberto, o Planalto exigiu aprovação da medida integral, o que resulta em um amplo arrocho fiscal, pune servidores públicos e acaba com fundos setoriais destinados à população, ao invés de separar a pauta do auxílio para votação.

A bancada do PT apresentou voto limitado ao fim do teto de gasto e à criação do auxílio no valor de R$ 600. A votação 'fatiada' foi sugerida pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que solicitou que os itens além do auxílio emergencial fossem discutidos posteriormente.

"Os preços dos combustíveis estão explodindo, do gás de cozinha, dos alimentos. Atingimos nesta quarta um recorde em número de mortes pela Covid. Por isso, o PT defendeu e defende R$ 600 por seis meses. Perdemos essa batalha no Senado, mas ainda temos uma luta a travar na Câmara", afirmou o petista

Com a proposta do Governo aprovada em primeiro turno, cerca de 40 milhões de beneficiários serão excluídos do novo auxílio, que reservou R$ 44 bilhões para quatro parcelas. De acordo com o senador, o Planalto tem falado em limitar a capacidade do programa para 30 milhões, o que fixaria os repasses em R$ 367 mensais.

"Nada do que esse governo propôs deu certo. Nada. Já aprovou Reforma da Previdência, aprofundou a Reforma Trabalhista, deu independência ao Banco Central, privatizou empresas e, rigorosamente, nada melhorou no país e na vida das pessoas. Ao contrário, o PIB teve o pior tombo da história e a pobreza se alastrou enormemente", concluiu o presidente da CDH.

O senador e ex-presidente da República, Fernando Collor de Mello (PROS – AL), declarou estar à disposição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em entrevista ao programa Conversa com o Bial, exibido na madrugada desta terça-feira (23). As falas do senador são contraditórias, visto que Collor já havia criticado Bolsonaro abertamente em outras ocasiões.

"Eu sou um ex-presidente e o único que tem assento no Congresso Nacional. Pesam nos meus ombros a responsabilidade de colaborar e a forma que eu tenho de contribuir é com a minha experiência. (...) No momento em que eu sinto que posso dar alguma contribuição, alguma colaboração, eu sendo chamado, estou inteiramente à disposição", disse.

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A recente aproximação entre Collor e Bolsonaro aconteceu após o senador recusar fazer parte da campanha de vacinação, organizada pelo governador de São Paulo, João Dória (PSDB), que reunia de ex-presidentes para receberem doses de Coronavac.

Jair Bolsonaro já fez declarações negativas a respeito de Collor em outras ocasiões, chegando a dizer que o senador “não honra com o que escreve, não é digno de confiança” e votou a favor no impeachment do ex-presidente na década de 90. Até o ano passado, o senador criticava Bolsonaro, mas quando questionado pela mudança de postura pelo apresentador disse: “O mundo passa e quem com ele não passa, fica.”

Na entrevista, Collor confirmou que a aproximação se deu após um convite do Planalto, para que ele acompanhasse o presidente em algumas agendas. Nos encontros, os dois puderam conversar e o senador explanou sobre sua experiência na presidência para, segundo ele, tentar ajudar Bolsonaro.

A pouco mais de dez dias da eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, o Solidariedade declarou, nessa segunda-feira (18), apoio à candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP). O partido chegou a flertar com o candidato Arthur Lira (Progressistas-AL), principal oponente do emedebista, mas alegou que desistiu do movimento por causa da proximidade do líder do Centrão com o Palácio do Planalto.

Em reunião na sede do Solidariedade em São Paulo, com a presença de Baleia e líderes de PT, PV, PSL e Cidadania, a avaliação foi a de que o desgaste do governo federal provocado pela condução da pandemia do novo coronavírus deve ajudar a atrair mais parlamentares para o bloco do emedebista, que tem aval do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

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"Acredito que todo esse bate cabeça (na questão da pandemia e da vacinação) pode ajudar no fortalecimento da nossa candidatura. Os parlamentares vão fazer essa análise, porque uma Câmara independente vai dar condições de os parlamentares exercerem o seu mandato, de se colocarem quando o governo erra de maneira clara e objetiva", afirmou Baleia. Presidente do Solidariedade, o deputado Paulinho da Força disse que a legenda se afastou de Lira por causa da "aproximação com o governo Bolsonaro". "Isso pesou bastante dentro do partido."

Candidato do Planalto, Lira buscou se posicionar em meio à crise sanitária e cobrou ontem o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por soluções para a vacinação contra a Covid-19. O líder do Centrão, no entanto, evitou comentar a postura do presidente Jair Bolsonaro, que entrou em uma disputa com o governador João Doria (PSDB) na questão dos imunizantes.

Ideologia

"Qualquer vacina, seja de onde for, que tiver homologação ou certificação da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) deve ser usada e comprada independentemente de ideologia ou de pensamentos", declarou Lira. "Se houver críticas ao ministro Pazuello, nós vamos fazê-lo, como fiz aqui, tem de apresentar soluções de logística, tem de cuidar da temática de não deixar faltar insumos nem vacinas para o Brasil. Tem de tratar junto do Ministério das Relações Exteriores, no tratamento com Índia e China. A população acredita no seu parlamentar para solucionar", disse o candidato do Progressistas durante entrevista concedida pela manhã em um hotel de Brasília.

Lira, porém, negou que a cobrança tenha o objetivo de pressionar pela saída do general Pazuello do ministério. Nos bastidores, o Centrão tenta reaver o comando da pasta, que tem um dos maiores orçamentos da Esplanada. Um dos nomes que sempre aparecem como cotado para assumir o lugar de Pazuello é o do atual líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (Progressistas-PR).

Apoios

Baleia Rossi minimizou a "erosão" de votos em partidos que apoiam sua candidatura. Levantamento do Estadão mostrou que siglas como DEM e PSDB têm parlamentares que, apesar do posicionamento da legenda, declararam votos em Lira. O PSL é o partido com a divisão mais evidente. Formalmente, o partido está com Baleia Rossi, mas a maioria da bancada manifestou apoio ao adversário.

"É natural que, com a pressão que o governo está fazendo em cima dos parlamentares, mesmo parlamentares que prefiram uma Câmara independente sinalizem para o outro lado, para evitar represálias", disse o emedebista.

Votação presencial

Após a polêmica criada com a possibilidade de uma votação virtual para definir a nova presidência da Câmara, o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ontem que a escolha será feita apenas de forma presencial, no dia 1.º de fevereiro. A decisão foi tomada pela Mesa Diretora - formada por sete integrantes - com voto contrário de Maia.

Segundo o presidente da Câmara, a eleição poderá envolver a circulação de até 3 mil pessoas em um único dia no Congresso. "Temos de mobilizar mais de 2 mil funcionários, tem a imprensa, de alguma forma é uma circulação mínima de 3 mil pessoas no dia", disse. A eleição no Senado será realizada na mesma data.

Maia estudava a possibilidade de voto virtual ao menos para os deputados do grupo de risco, mas o bloco do candidato Arthur Lira (Progressistas-AL), líder do Centrão, era contra. O Progressistas já havia questionado oficialmente a Câmara, e levantou suspeitas sobre a integridade da votação, citando até mesmo a possibilidade de ataques de hackers.

A Mesa Diretora da Câmara foi convocada para deliberar e definir o formato da eleição. "Se decidiu por maioria, contra meu voto, não haver flexibilidade na votação presencial", disse Maia. Ele era a favor da flexibilização para os idosos e para parlamentares com comorbidades. O placar ficou em 4 a 3 pela votação presencial.

Fux

De acordo com Maia, em razão dessa decisão, todos os 513 deputados e um total de pelo menos 3 mil pessoas terão de comparecer à Câmara no dia da votação. Ele lembrou a posse do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, em que vários convidados, incluindo ele próprio, se contaminaram com a Covid-19. "Vamos trazer parlamentares de 27 Estados em um momento de crescimento da pandemia", alegou.

"Eu achei que uma parte lá (Mesa) ia pedir voto impresso, contaminada pelo governo", ironizou Maia, em referência à defesa do presidente Jair Bolsonaro pela mudança no modelo adotado pelo País em votações gerais. Na Câmara, o voto é feito também de forma eletrônica, por meio de computadores instalados no plenário da Casa.

Na reunião desta segunda-feira, a Mesa Diretora adiou a discussão sobre a validade das assinaturas de deputados suspensos do PSL, o que pode tirar o partido do bloco de Baleia Rossi (MDB-SP) e colocar no de Lira. A sigla é a segunda maior bancada da Casa, com 52 parlamentares.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o governo tem estimulado uma candidatura própria da esquerda, nas últimas horas, com o intuito de enfraquecer uma frente mais ampla, liderada por ele, para derrotar o candidato de Jair Bolsonaro à presidência da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL). "Acho que nas conversas mais fortes que estão acontecendo, o movimento das últimas horas da tentativa de um terceiro candidato, vem muito mais do governo de tentar estimular a ter uma candidatura que não apoie um movimento mais amplo de independência da casa", disse Maia em café da manhã com jornalistas nesta quarta-feira, 16.

"Quando você faz um movimento, às vezes a reação ao seu movimento não é o contraponto, é um terceiro movimento, se um partido de esquerda diz que não apoiará o candidato do governo, aí o movimento do candidato do governo qual é? É tentar estimular dentro do partido, uma candidatura de esquerda. Então, quem estimula hoje uma candidatura de esquerda é o governo", disse.

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Maia tenta fechar o apoio de partidos da oposição para o candidato a ser lançado pelo seu bloco. A sigla ainda mais resistente é o PT, a maior bancada da Câmara, com 54 deputados. Para Maia, apesar dessas tentativas, deve se formar uma candidatura em defesa da independência da Câmara. "A impressão que eu tenho é que esse sentimento é majoritário", disse.

"Claro que o governo tá trabalhando, oferecendo emendas e cargos para atrair votos para o candidato dele, não tá escondendo de ninguém isso porque o ministro Secretária de Governo, Luiz Eduardo Ramos está recebendo no gabinete dele. O governo sempre tem força, as vezes dá certo ou não", afirmou.

Maia ressaltou a importância de se dialogar com partidos de diversos espectros políticos para o fechamento dessa frente. "O espaço desse campo é construir movimento político que de forma clara possa representar toda a sociedade na Câmara", disse.

Bolsonaro

Para Maia, a pauta de costumes é o que sustenta o processo político de Jair Bolsonaro. "Ele não ter a pauta de costumes na Câmara reduz esse ambiente polarizado, que construiu a outra eleição e vai construir a próxima", disse. "Ele não ter ambiente de debate na Câmara sobre armas, de costumes, sobre aborto, diminui o debate na sociedade sobre a pauta que ele quer construir a eleição dele. Ele não teve esse ambiente na Câmara nós últimos dois anos".

Apesar do cancelamento do tradicional desfile de 7 de setembro na Esplanada dos Ministérios, o presidente da República, Jair Bolsonaro, organiza um evento no Palácio do Planalto na próxima semana para celebrar o Dia da Independência. A solenidade militar nas ruas foi cancelada devido a restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus, mas ficou a cargo de Bolsonaro definir se optaria por uma cerimônia mais restrita.

Paralelamente, o governo lança nesta segunda-feira (31) a nova campanha da "Semana do Brasil", com o mote "Vamos em frente, com cuidado e confiança".

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A veiculação da campanha em rádio, televisão e internet ocorrerá entre hoje e 13 de setembro. O intuito da Semana do Brasil, que ocorre como mais uma forma de comemoração pelo 7 de setembro, é estimular promoções no comércio para tentar aquecer a economia no período.

O governo brasileiro prestou homenagem ao dia dos pais. No twitter, o Planalto do Planalto afirma que o governo deseja um feliz dia dos pais aos milhões de chefes de família "que não têm medo de ir à luta para batalhar pelo pão de cada dia". Acrescenta ainda que "ao primeiro modelo de valores de todos, a nossa eterna gratidão."

A publicação vem acompanhada de uma foto de São José com o Menino Jesus, em pintura de Guido Reni (século XVII). Apesar de o Planalto ter lamentado o fato de o Brasil ter ultrapassado 100 mil mortes pela Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre o assunto.

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O Brasil registrou 100.546 mortes causadas em consequência da pandemia do novo coronavírus. Desde as 20h de ontem (8) foram mais três óbitos, informou o consórcio de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL.

EVARISTO SA / AFP

O presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido) chamou a atenção ao mostrar, nessa quinta-feira (23), uma caixa de hidroxicloroquina, medicamento que defende para tratar a Covid-19, para uma das emas que vive entorno do Palácio da Alvorada. Há três semanas, o presidente da República afirmou que foi diagnosticado com o novo coronavírus e está usando o remédio para combater a doença, mesmo sem comprovações científicas da eficácia da hidroxicloroquina.

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Devido ao isolamento social por recomendação médica, o presidente vem realizando as atividades atribuídas ao cargo do Alvorada e, no final da tarde, costuma dar umas voltas no entorno do local para alimentar as aves e falar com apoiadores. Durante alguns dos passeios, Bolsonaro acabou sendo bicado por duas vezes pelas emas. 

Nesta quinta, no entanto, Bolsonaro também rompeu o isolamento e fez um passeio de moto. Sem utilizar a máscara, de uso recomendado por autoridades da área da saúde, ele conversou com funcionários da limpeza que trabalhavam no campo do local.

Além do presidente Jair Bolsonaro, outros 36 servidores estão afastados do Planalto por estarem contaminados com covid-19. Dados de 10 de julho da Secretaria-Geral da Presidência indicam 128 casos na sede do governo, onde trabalham 3.400 pessoas. No intervalo de uma semana foram confirmados mais 20 casos da doença, média de quase três novos por dia.

O primeiro caso de covid no Planalto foi confirmado em 12 de março, quando o chefe da Secretaria Especial de Comunicação, Fábio Wajngarten, testou positivo após voltar dos Estados Unidos. Até 20 de maio, o total de contaminados era de 35, conforme informações obtidas pelo Estadão por meio de Lei de Acesso à Informação.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Planalto confirmou a ida do presidente Jair Bolsonaro a Santa Catarina neste sábado (4). O Estado foi atingido por um "ciclone bomba" nesta semana e registrou nove mortos, além de duas pessoas desaparecidas. A Defesa Civil nacional articula uma transferência emergencial de recursos para o governo estadual, que anunciou um decreto de calamidade pública.

A agenda de Bolsonaro está marcada para 8h30 em Florianópolis, no Aeroporto Internacional Hercílio Luz. De acordo com a assessoria do Planalto, o presidente deve sobrevoar áreas afetadas pelo vendaval e se reunir com autoridades locais no aeroporto.

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Não está previsto outro compromisso fora desse local, de acordo com a Presidência. A visita de Bolsonaro ocorre após uma reaproximação dele com o governador Carlos Moisés (PSL). Não é esperado, porém, um encontro entre os dois. O catarinense foi diagnosticado com covid-19 nesta semana.

Carlos Moisés havia se distanciado de Jair Bolsonaro e feito críticas públicas ao presidente após o racha no PSL, antiga legenda dos bolsonaristas, mas recuou ao sofrer pressão de empresários e de apoiadores do governo federal no Estado. A crise da pandemia colocou os dois em lados opostos novamente após Moisés decretar medidas de isolamento em Santa Catarina, enquanto Bolsonaro pregou uma abertura maior das atividades econômicas apesar do avanço de casos da covid-19. Pressionado, o governador voltou atrás e flexibilizou as medidas, adotando uma estratégia de reabertura total até agosto. Além disso, o catarinense tem evitado críticas públicas a Bolsonaro e resolveu adotar uma postura de aproximação institucional.

Um dos expoentes da chamada ala ideológica do governo, Filipe Martins, de 31 anos, foi promovido pelo presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, 8, e se tornou assessor chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais. A mudança de status foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

Antes, Martins tinha o cargo assessor adjunto na mesma área, atualmente ligada à Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos (SAE). Com a mudança, Martins, ex-aluno do escritor Olavo de Carvalho, ganha mais autonomia e espaço político no momento em que cresce movimentos contrários ao governo.

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A tendência é que o assessor passe a opinar além dos temas internacionais e ser presença constante ao lado de Bolsonaro, que tem cobrado posicionamento político mais duro de integrantes do governo como reação às críticas. Na última quinta-feira, 4, Martins participou da transmissão ao vivo semanal nas redes sociais do presidente, na qual fez críticas aos movimentos pró-democracia.

Na live, o assessor disse que os "antifas" (movimentos antifacistas) não passam de "black blocks" com outro nome. No vídeo, Martins disse que o "fascismo é o oposto" do governo Bolsonaro. "É o exato oposto daquilo que o senhor defende. Eles usam como terminologia apenas num truque linguístico, um ardil que eles têm pra tapear as pessoas que estão olhando, para se dizerem favoráveis à democracia", disse.

A ascensão de Martins no Palácio de Planalto também coincide com a intensificação da cobrança de Bolsonaro para que seus subordinados se alinhem ideologicamente. Na reunião ministerial do dia 22 de abril, o presidente exigiu que o primeiro escalão defendesse o governo.

Na ocasião, disse que os auxiliares deveriam seguir o exemplo do ministro Educação, Abraham Weintraub, mas de "forma mais educada um pouquinho." Foi nesta reunião que Weintraub disse que colocaria "todos os vagabundos na cadeia", começando pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A promoção também fortalece Martins no momento em que voltou a ser criticado internamente por integrantes do Executivo, a maior parte dele militares. Próximo dos filhos do presidente, o assessor-chefe de Assuntos Internacionais é apontado por colegas no Planalto como um dos integrantes do chamado 'gabinete do ódio', grupo de assessores do Palácio do Planalto comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). A existência desse núcleo foi revelada em reportagem do Estadão de setembro do ano passado.

O grupo está na mira de um inquérito do STF que investiga ameaça, ofensas e fake news contra membros da Corte. O avanço da investigação pode abrir caminho para a cassação da chapa de Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O relator do inquérito é o ministro Alexandre de Moraes.

A nova função de Martins foi oficializada um dia após o guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, criticar publicamente o presidente. Martins é considerado um dos alunos mais destacados do escritor.

Em vídeo divulgado na madrugada de domingo, 7, Olavo afirmou que Bolsonaro não faz nada para defendê-lo de uma suposta milícia digital e escreveu que pode derrubar o governo: "Quer levar um processo de prevaricação da minha parte? Se esse pessoal não consegue derrubar o seu governo, eu derrubo. Continue inativo, continue covarde e eu derrubo essa mer.. desse seu governo, aconselhado por generais covardes ou vendidos", ameaçou. O guru ainda pergunta: "Os militares obedecem você ou é você que obedece a eles?".

Apesar da promoção, Filipe Martins não teve alteração na sua remuneração. O assessor segue como DAS 101.6, cujo salário é de R$ 16.215,22.

O Palácio do Planalto teme que manifestações de rua em defesa da democracia e contra o governo federal cresçam e se tornem atos pró-impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Após a escalada de tensão dos últimos dias, Bolsonaro deu nesta quarta-feira uma espécie de ordem unida e chamou manifestantes contrários a seu governo de "marginais" e "terroristas". O gesto refletiu a preocupação expressada por aliados do governo nas redes sociais.

Bolsonaro usou termos duros para se referir a integrantes de grupos - autointitulados antifascistas - que passaram a promover atos contra o governo. Na mesma linha, o vice-presidente Hamilton Mourão também classificou os participantes desses protestos como "baderneiros", em artigo publicado nesta quarta-feira no Estadão.

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Novos atos estão sendo chamados para o fim de semana por grupos ligados a torcidas de futebol, agora engrossados pela Frente Povo sem Medo, organização que reúne movimentos sociais, centrais sindicais e partidos de esquerda. Em São Paulo as manifestações estão agendadas para o início da tarde de domingo na Avenida Paulista. O governo estadual proibiu atos rivais (contra e a favor de Bolsonaro) simultâneos na capital. Há manifestações agendadas no Rio, Salvador, Belo Horizonte e outras cidades.

Na prática, a principal pauta dos bolsonaristas, hoje, é a criminalização dos protestos de rua. Além disso, há na cúpula do governo a avaliação de que os fatos recentes que desgastam o Planalto - principalmente os relacionados a inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal - podem reforçar a defesa do afastamento do presidente.

As manifestações antirracistas nos Estados Unidos após o assassinato de George Floyd, segurança negro asfixiado por um policial branco, também causam apreensão no Planalto. Foi ao se referir aos protestos, na noite de anteontem, que Bolsonaro defendeu uma "retaguarda jurídica" para a atuação da polícia nas manifestações no Brasil.

"Começou aqui com os antifas (movimento antifacista) em campo. O motivo, no meu entender, político, é diferente. São marginais, no meu entender, terroristas", afirmou Bolsonaro. "Têm ameaçado, (no próximo) domingo, fazer movimentos pelo Brasil (...). Lá (nos EUA) o racismo é um pouco diferente do Brasil. Está mais na pele. Então, houve um negro lá que perdeu a vida. Vendo a cena, a gente lamenta. (...) Agora, o povo americano tem que entender que, quando se erra, se paga. Agora, o que está se fazendo lá é uma coisa que não gostaria que acontecesse no Brasil."

Levantamento da empresa AP Exata mostra que há nas redes sociais uma tendência de crescimento das manifestações anti-Bolsonaro, com argumentos de defesa da democracia. De acordo com a pesquisa, recentes mensagens postadas por seguidores do presidente indicam que a mídia e a esquerda buscam estimular os protestos para derrubar o presidente. Os próximos atos de rua também devem incorporar a pauta antirracista.

Na segunda-feira, Bolsonaro pediu a apoiadores que evitem ir às ruas no domingo para não haver confronto com a oposição. "Não tenho influência, não tenho nenhum grupo e nunca convoquei ninguém para ir às ruas. (...) Nós precisamos de uma retaguarda jurídica para que nosso policial possa bem trabalhar, em se apresentando esse tipo de movimento, que não tem nada a ver com democracia."

O presidente citou depredações ocorridas em Curitiba e disse ainda que é preciso impedir o alastramento de movimentos assim. "Não podemos deixar que o Brasil se transforme no que foi há pouco tempo o Chile", insistiu Bolsonaro, numa referência aos protestos do país vizinho.

Um adolescente foi apreendido ontem em Curitiba, suspeito de atear fogo na bandeira nacional hasteada em frente ao Palácio Iguaçu, sede do Executivo estadual. Ele participou de um "ato antirracista" na segunda-feira, que reuniu cerca de mil pessoas na região central da capital paranaense. Ele foi o oitavo manifestante detido pela polícia. Outras sete pessoas foram encaminhadas à delegacia no dia do ato, que ocorreu de forma pacífica. Segundo as investigações, os atos de vandalismo e depredação foram registrados na dispersão. Os movimentos sociais que organizaram ou aderiram à manifestação atribuíram os atos de vandalismo e depredação a infiltrados.

Mais tarde, no Twitter, Bolsonaro bateu na mesma tecla, demonstrando preocupação com o confronto. "Quem promove o caos, queima bandeira nacional e usa da violência como uma forma de 'protestar' é terrorista sim! Manifestante, contra ou a favor do governo, é outra coisa."

Mourão adotou o mesmo tom. "Aonde querem chegar? A incendiar as ruas do País, como em 2013? A ensanguentá-las, como aconteceu em outros países? Isso pode servir para muita coisa, jamais para defender a democracia. E o País já aprendeu quanto custa esse erro."

Crítica

Líderes de movimentos classificaram as reações de Bolsonaro e Mourão de autoritárias. "As declarações são próprias de figuras políticas que não sabem viver com o contraditório", disse o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão. "Manifestações em defesa da democracia seguem um direito constitucional. Terrorista deveria ser considerado quem faz manifestação em defesa do AI-5 e da tortura. As declarações mostram mais um face de um governo autoritário", afirmou Josué Rocha, da coordenação nacional da Frente Povo Sem Medo.

Um dos líderes do movimento Somos Democracia, Danilo Pássaro criticou o artigo de Mourão. "Ao contrário do que diz o vice, são os apoiadores do governo que expõem seus revólveres e armas." 

Gandra Martins

O jurista Ives Gandra da Silva Martins afirmou ao Estadão que sua interpretação sobre o artigo 142 da Constituição está sendo distorcida pelos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e também pelos adversários do governo. Segundo ele, seu entendimento é o de que "não há, no artigo, qualquer brecha para fechamento de Poderes".

"Quem fala que permite golpe é ignorante em Direito. Tanto da situação quanto da oposição. As Forças Armadas não têm condição de dar golpe. Se têm, estão violando a Constituição e elas não farão nunca isso", afirmou o jurista, que atuou como consultor jurídico dos deputados que escreveram a Constituição de 1988.

A interpretação de Ives Gandra ao artigo da Constituição é, contudo, mais flexível do que a de outros juristas, para os quais a Carta Magna não permite que as Forças sejam acionadas sequer como poder moderador.

Ao detalhar sua interpretação, Gandra Martins afirmou que o artigo foi inserido pelos deputados constituintes "para nunca ser utilizado". Mesmo assim, citou exemplos hipotéticos nos quais as Forças Armadas poderiam ser invocadas para moderar conflitos.

Um deles, por exemplo, seria na hipótese de o Supremo Tribunal Federal (STF) mandar prender o presidente do Senado caso este não quisesse cumprir uma lei criada pelos magistrados por considerá-la inconstitucional.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) não considera correta essa interpretação. "A intervenção militar não é possível, sequer pontualmente", afirmou o presidente da Comissão Nacional de Estudos Constitucionais da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coêlho. "Nos exemplos citados, as questões não seriam resolvidas com intervenção militar." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Prefeitura de Planalto, no estado do Paraná, anunciou o novo processo seletivo para médico com salários de R$ R$ 16.396,77. O certame, que é destinado à formação de cadastro reserva, será para atuação em jornada de trabalho de 40 horas semanais.

Os interessados devem realizar as candidaturas até o dia 10 de junho, das 8h às 11h30 e das 13h30 às 17h, na Secretaria de Saúde de Planalto, na sala da ouvidoria, localizada na rua Júlio Skrzypczak, nº 742, Nossa Senhora. de Lourdes.

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O processo seletivo será composto de análise de currículo. O objetivo será analisar as qualificações dos concorrentes para selecionar o mais adequado para a vaga. Mais informações sobre o processo seletivo podem ser conferidas do edital de abertura da seleção, disponibilizado no Diário Oficial dos Municípios do Paraná.

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